O incêndio no Parque Estadual do Lajeado foi controlado, mas destruiu 60% dos 90 mil hectares (900 milhões de metros quadrados) da reserva florestal, informou o coordenador de meio ambiente da Guarda Metropolitana de Palmas (TO), Leônidas Castro Alves. A área atingida pelo fogo equivale a 54 mil campos de futebol (a área de um campo tem cerca de um hectare) e é maior que o município de Campinas (SP), que tem 796 milhões de metros quadrados.
As chamas atingiram na última tarde uma área na divisa do parque com uma fazenda e na margem direita da rodovia TO-020, que liga a capital do Tocantins à Aparecida do Rio Negro. O fogo não chegou a atingir as casas que ficam na área.
O fogo na região de Palmas começou na Serra do Carmo, perto de Palmas, na sexta-feira (6), e se alastrou por uma área de 20 km para o Parque Estadual do Lajeado. A vegetação seca, típica do cerrado, e correntes de vento que chegaram a 80 km/h facilitaram a propagação do incêndio.
Segundo Alves, a área atingida do Parque Estadual do Lajeado já passava por um processo de recuperação, que terá que ser recomeçado. Ele acredita que a vegetação de cerrado precise de cerca de 10 anos para se regenerar. Já a previsão da pesquisadora Ires Paula de Andrade Miranda, do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), a recuperação da área pode demorar de cem a 200 anos se não houver intervenção do Estado e de ONGs (organizações não governamentais). O trabalho de reflorestamento envolve a análise do solo e um levantamento de quais espécies vegetais precisam ser repostas.
Paula afirma que o cerrado tem condições de se recuperar sozinho, mas corre o risco de perder a diversidade da vegetação e de comprometer a vida dos animais que vivem no Lajeado.
- Nem todas as espécies têm condições de se recuperar sozinhas. Com isso, ao longo dos anos, o bioma pode ficar sem diversidade e provocar impacto na grande variedade de espécies de animais do cerrado. Além disso, alterações na flora causam prejuízos ao clima.
Para Castro, o fogo foi causado pela ação de alguém que vive na região. Nesta época do ano, incêndios espontâneos não são comuns.
- O incêndio é fruto de uma ação humana e é crime (...) Os incêndios espontâneos são mais frequentes em épocas de chuvas, quando raios provocam queimadas. Ainda não há um levantamento de quantos e quais animais morreram em decorrência do incêndio.
A causa e a autoria do incêndio serão investigadas pela Polícia Ambiental de Palmas.
(Por Fernando Gazzaneo, R7, 18/08/2010)