A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), junto com a Embrapa Clima Temperado, Emater/RS-Ascar e Fepagro, promoveu na semana passada a terceira edição do Simpósio Estadual de Agroenergia, em paralelo à 3ª Reunião Técnica de Agroenergia, 10ª Reunião Técnica da Mandioca e 2ª Reunião Técnica da Batata-Doce, em Pelotas. Da Afubra, participaram o vice-presidente Heitor Álvaro Petry, o engenheiro agrônomo Marco Antonio Dornelles e os técnicos Nataniél Sampaio, Katia Luiza Jackisch e Carlos Alexandre Marques da Roza.
O evento objetivou a discussão de aspectos tecnológicos, industriais, mercadológicos e políticos relacionados ao desenvolvimento de espécies agrícolas alternativas para a cadeia de biocombustíveis no Rio Grande do Sul, bem como das cadeias produtivas da mandioca e da batata-doce. Para isso, foram realizadas palestras, mesas redondas e paineis expositivos que contemplaram temas sobre agricultura, indústria e mercado, com a participação de palestrantes dos Estados Unidos e Argentina, além de especialistas e lideranças no assunto.
Para o vice-presidente da Afubra, a agroenergia é um vasto campo de oportunidades a ser explorado, seja em nível de primeira geração como de segunda. “Avançam pesquisas e desenvolvimento de tecnologia e equipamentos, inclusive para pequenas unidades. O selo social voltado à agricultura familiar é sinal de interesse e de determinação por uma política de apoio à inserção do agricultor familiar no campo da agroenergia.” Ao mesmo tempo, Petry lembra a desproporcionalidade entre a pequena e a grande propriedade na produção de grãos com potencial energético.
Pequenas unidades cooperativas, voltadas ao auto-consumo, integradas à produção de carne e leite, segundo destaca, são um caminho para a inserção da agricultura familiar. “Acreditamos em subprodutos que agreguem valor a partir da extração e beneficiamento de biodiesel e ração animal com venda do excedente. Ao pensarmos no aspecto social, viabilizamos a participação dos pequenos produtores rurais”, explica. Ele ainda destaca que, para isso, são necessárias políticas públicas de apoio no campo da pesquisa e estruturação, transcendendo o selo social.
(Gazeta do Sul, 17/08/2010)