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manejo florestal
2010-08-17 | Tatianaf

O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou na semana passada um estudo sobre a legalidade da exploração madeireira no Estado do Pará, que indica 73% da exploração madeireira do Pará foi feita de forma predatória e sem autorização da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

Ao mesmo tempo, os dados indicam queda na produção ilegal de madeira no Pará de mais de 75%.  Além disso, em 97% das áreas que fizeram o manejo florestal sustentável, não houve derrubada de florestas.

Segundo o pesquisador do Imazon André Monteiro, um dos autores do boletim "Transparência no Manejo Florestal do Pará", os resultados são positivos.  "Isso indica exatamente que o manejo é uma forma de manter a floresta".

Confira a entrevista completa com Monteiro, sobre os resultados do estudo e o estado do manejo florestal no Pará.

Amazonia.org.br - O Imazon publicou nesta semana um boletim que indica que a quantidade de madeira explorada no Pará de forma ilegal caiu, mas a porcentagem de exploração ilegal ainda é alta, com mais de 70%.  Devemos considerar esse resultado positivo ou negativo?

André Monteiro - É um fato positivo, que pode mostrar uma tendência de queda.  Seja ela decorrente do aumento da fiscalização, seja pela divulgação dos resultados, que mostra que a atividade está sendo monitorada.

O manejo florestal é uma atividade bem recente.  A ilegalidade predominava, e o manejo ainda está buscando espaço.  A tendência é reduzir a porcentagem do que é ilegal, com os órgãos ambientais fazendo essa fiscalização de campo e a própria sociedade se conscientizando de que o manejo é a saída, de que quem continuar na ilegalidade vai acabar sendo forçado a sair do mercado.

A questão do corte ilegal depende muito das operações de fiscalização.  Quando ocorrem essas operações de fiscalização, o corte ilegal tende a cair.  Mas depois que o pessoal sai do campo, a exploração volta a crescer.  A fiscalização é um ponto crucial, e tem que ser intensiva, senão desanda.

Amazonia.org.br - No boletim, vocês afirmam que áreas de exploração com qualidade boa caiu, e que as de qualidade média e ruim aumentaram.  O que é a definição dessas qualidades - boa, ruim, etc?

Monteiro - Isso é um método que a gente desenvolveu utilizando as imagens de satélite, onde é possível chegar a um índice.  Através desse índice é possível, com base em levantamento de campo, qualificar o manejo em termos do impacto que ele deixa na floresta.  Isso também está relacionado com o planejamento, a infraestrutura: a queda das árvores precisa ser direcionada, o arraste da madeira precisa ser planejado, e assim por diante.

Como esse sinal parece bem claro nas imagens, é possível qualificar.  Qualidade boa seria aquele manejo feito com impacto reduzido, obedecendo todas as normas do manejo florestal.  Baixa, o inverso, sem nenhum tipo de planejamento, eles entram na floresta para extrair de forma predatória, e intermediária é o meio termo: aquelas pessoas que estão tentando manejar, mas têm deficiências, falta capacitação.

Usando esse método a gente viu que teve uma redução das áreas de qualidade boa.  Mas essa é uma informação que precisa ser checada no campo.  E a própria Sema vê esse resultado não como forma de punir, mas como um sinal de alerta, e também para saber como atuar no apoio aos que querem melhorar.  Existe até um programa em andamento chamado Pamflor, de apoio ao manejo florestal.

Amazonia.org.br - Outro dado interessante é de que em 97% das áreas de manejo as florestas foram mantidas.

André Monteiro - Isso indica exatamente que o manejo é uma forma de manter a floresta.  Infelizmente, existem ainda esses 3%, mas a maioria dos produtores que trabalham com manejo mostra que essa é a saída para manter a floresta em pé.  Acredito que seja uma solução de longo prazo.

Amazonia.org.br - De uma maneira geral, como você vê a atividade de manejo na Pará?  O que está dando certo, o que falta fazer?

Monteiro - Ainda existe o problema da burocracia, principalmente no licenciamento.  Houve uma renovação da equipe que faz o licenciamento, e a cada renovação a equipe tem que passar por uma capacitação.

Mas eles estão sempre buscando mais conhecimento, para que a coisa melhore e fique mais ágil.  Esse programa [o Pamflor] busca exatamente isso, agilizar o processo de licenciamento do manejo florestal.

Amazonia.org.br - O Imazon pretende monitorar o manejo também em outros Estados da Amazônia?

Monteiro - Sim, a gente está finalizando os dados de Mato Grosso.  Acredito que até o final do mês fechamos os dados de 2007 a 2009 referentes ao manejo em Mato Grosso.

(Por Bruno Calixto, Amazonia.org.br, 17/08/2010)


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