Gabrielli afirma que unidades têm problemas de conservação, mas que não há riscos para os trabalhadores
Sindicato de Sergipe e Alagoas afirma que 25 plataformas da estatal nos dois Estados têm problemas de estrutura
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, admitiu que existem problemas de conservação em plataformas na bacia de Campos.
Na semana passada, a P-33 foi interditada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), após verificar condições inadequadas na operação da unidade. Na P-35, houve princípio de incêndio.
Gabrielli disse garantir que não há riscos operacionais nas atividades de exploração e produção.
Sobre a P-33, ele afirmou que a plataforma estava próxima da parada programada para reparos e que eventuais problemas de conservação são possíveis nessa fase.
Normalmente, as unidades de produção da estatal param a cada dois anos. A P-33 tinha interrupção prevista para julho. Mas a parada foi adiada para outubro.
"As plataformas estavam em fase final pré-parada programada, então elas estavam feias. Estavam com problemas, talvez de conservação. Admito que existam problemas de conservação, mas jamais colocaríamos trabalhadores em risco."
As adversidades não se resumem às unidades da bacia de Campos. O sindicato que representa os trabalhadores de Alagoas e Sergipe diz que as 25 plataformas da Petrobras nos Estados têm problemas de estrutura.
"Denunciamos, mas a empresa não tomou nenhuma providência", disse Pedro Messias, diretor do sindicato. Segundo os trabalhadores, o espaço físico das plataformas é inadequado. O sindicato também afirmou que parte dos equipamentos das plataformas nos Estados está sucateada ou desatualizada.
A plataforma mais antiga na região é do final dos anos 1960 e, a mais nova, de meados da década de 1980.
A Petrobras não comentou os problemas relatados pelo sindicato no Nordeste.
Já a respeito das denúncias feitas pelo Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, que aponta superlotação na plataforma de Mexilhão, na bacia de Santos, a estatal afirmou que, na fase de implantação do projeto -a plataforma está em processo de instalação-, é preciso aumentar o número de trabalhadores no local.
Afirmou que, mesmo nessa situação, respeita limites e que está utilizando embarcações de apoio para acomodar funcionários e terceirizados.
Ontem, o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense conseguiu a adesão de trabalhadores de dez plataformas no Estado do Rio para operação padrão, que previa a execução de todos os procedimentos de segurança.
(Por Cirilo Junior e Verena Fornetti, Folha de São Paulo, 17/08/2010)