Essa notícia é muito triste, e mostra o perigo que muitos jornalistas enfrentam todos os dias para denunciar gente poderosa e criminosa. A comunidade jornalística mundial está chocada com a morte de dois jornalistas na Indonésia. Eles escreviam reportagens sobre degradação ambiental e política no país.
Lembro que a Indonésia é, junto com o Brasil, a nação com mais florestas no planeta. E, assim como o Brasil, sofre com o problema do desmatamento. No ano passado, o repórter Ardiansyah Matra’is escreveu uma série de reportagens para a revista Jubi, da província de Papua, sobre o corte ilegal de árvores por oficiais militares locais, registrando tudo em fotografias. Ele foi sequestrado por soldados, que ameaçaram matar sua família se continuasse com seu trabalho.
Pois bem, no último dia 30 de julho, o corpo do repórter foi encontrado nu, amarrado em uma árvore, no rio Gudang Arand, segundo o International Press Institute (IPI). Ele havia recebido ameaças pouco antes de ser morto. A ONG Repórteres Sem Fronteiras afirmou que ” a morte de Matra’is parece confirmar os perigos de ‘cobrir’ desmatamento na Indonésia”.
Dias antes, um conhecido jornalista, Muhammad Syaifullah, que também escrevia sobre a devastação do ambiente foi encontrado morto em sua casa em Balikpapan, Borneo. Ele chefiava a sucursal de Borneo do maior jornal diário do país, Kompas, e fez várias reportagens sobre desmatamento. Jornalistas locais acreditam que ele tenha sido envenenado, mas a necropsia apontou morte por uma hemorragia causada por diabetes e hipertensão.
Infelizmente, os jornalistas brasileiros também sofrem com esses problemas, especialmente no Pará, Estado madeireiro. É muito dinheiro envolvido - e impunidade.
(Blog AR Puro, 16/08/2010)