Cinco letras têm se reproduzido de forma insistente em todo o lugar: verde. Palavras como ecoficiência e redução de impacto fazem companhia a ela e chegam até os olhos do consumidor pelas vitrinas. A ponte nesse caminho é o varejo.
Grandes marcas investem com força em uma edição verde de suas lojas, com ambiente aconchegante e baixo consumo de recursos naturais como água e energia elétrica.
A ideia de efetivar as vendas em um local de acordo com as práticas sustentáveis vigentes pode ser um grande sucesso ou um completo fracasso.
– É um desafio mostrar para o consumidor que a loja verde não é uma ação descartável de curto prazo – diz o professor de marketing da Unisinos Filipe Campelo.
A primeira loja ecoeficiente do Grupo Pão de Açúcar foi aberta em 2008, no interior de São Paulo. A edição da capital paulista só saiu do papel porque o público aprovou e exigiu uma filial com claraboias para a entrada de sol e prateleiras de madeira certificada. Assim, Ligia Korkes, gerente de Sustentabilidade do grupo, acredita que o novo conceito de empreendimento veio para ficar:
– A nossa ideia não é ter uma única loja verde como ícone. Queremos expandir.
Essa expansão, porém, não é uma exclusividade do Pão de Açúcar. Outras empresas que investem no setor, como C&A, Walmart e Coca-Cola Brasil, acreditam que construções mais inteligentes, que consomem menos e proporcionam mais conforto, devem mesmo conquistar espaço no mercado. De modelos de sustentabilidade, as lojas verdes podem se tornar um padrão. O tempo para que isso aconteça é a grande questão levantada por Campelo:
– Hoje o verde está disseminado apenas nas classes mais elevadas.
Sobre esse aspecto, Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil, lembra que também é responsabilidade do varejo passar informação para os consumidores. As ações de menos impacto não podem ficar restritas às estrutura das lojas.
O pensamento de Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), caminha ao lado da ideia de Pianez e justifica o investimento em conhecimento para o público:
– O poder do varejo é impressionante. Um pequeno movimento tem um alcance muito grande.
(Zero Hora, 16/08/2010)