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transgênicos glifosato
2010-08-13 | Tatianaf

Alexandre Nepomuceno Ph.D. em fisiologia vegetal e biologia molecular

A biotecnologia está presente no dia a dia dos brasileiros. De vacinas a sabão em pó, passando pela alimentação, as mudanças genéticas fazem parte do cotidiano. Embora as pesquisas nessa área tenham avançado muito nos últimos anos no Brasil, a Embrapa, desde 1986, realiza pesquisas em biotecnologia, ainda estão longe de alcançar países como Japão ou Estados Unidos.

Em passagem por Cruz Alta na semana passada, para participar da 38ª Reunião de Pesquisa da Soja da Região Sul, o pesquisador da Embrapa Soja, Alexandre Lima Nepomuceno (foto abaixo), defendeu o uso da técnica e falou de suas vantagens.

Zero Hora – Qual o exemplo de biotecnologia mais presente em nosso dia a dia?

Alexandre Nepomuceno – A mais famosa é a soja resistente ao herbicida glifosato (a Soja RR). Mudou conceitos, o manejo da lavoura, a percepção das pessoas do ponto de vista da biologia avançada na agricultura. Antes, você tinha um produto que aplicava e todas as plantas morriam. Agora, tem um material que resiste a aquele produto e todas as plantas em volta morrem. Isso mudou a cabeça de muita gente. Então, a Soja RR foi um marco. O Milho BT (Bacillus thuringiensis) é outro exemplo. É uma bactéria de solo que se usa há décadas na lavoura. Existem produtos comerciais desde a década de 1950. O que os cientistas fizeram: foram no DNA dessa bactéria (BT), isolaram o gene e jogaram dentro da planta, fazendo com que produzisse a toxina. Assim, a lagarta come a folha e ingere a toxina, que acaba matando-a. Isso também foi um marco.

ZH – Para a soja, o que está sendo pesquisado em termos de biotecnologia?

Nepomuceno – Entre outras coisas, os pesquisadores estão usando a engenharia genética para melhorar o óleo de soja. O principal da soja não é o óleo, é a proteína. Estão usando ferramentas de biotecnologia para aumentar a qualidade do óleo de soja, por exemplo, fazendo a soja produzir ômega 3, que ela não produzia.

Além disso, em parceria com o Centro Internacional de Pesquisa do Japão para Ciências Agrárias, a Embrapa está pesquisando algumas estratégias de engenharia genética para ativar os mecanismos naturais da soja, para tentar aumentar as defesas quanto a falta de água. A intenção é que, no caso de seca, as flores, legumes e grãos possam ficar mais tempo na planta, aumentando a chance de acontecer chuva e minimizar as perdas.

ZH – Os produtores têm consciência da importância da biotecnologia?

Nepomuceno – Cada vez mais. Ainda existem muitas pessoas desinformadas da quantidade de diferentes tipos de características que vão estar sendo inseridas nos próximos anos. Genes que estão sendo introduzidos em outras espécies, como milho, algodão, canola, feijão, também podem ser usados em soja e vice e versa, para tentar reduzir perdas devido ao ataque de doenças, problemas abióticos (como seca e alagamento), e genes para agregar valor.

ZH – Existe resistência da população quanto à biotecnologia?

Nepomuceno – A maior parte das pessoas não conhece direito o que é a biotecnologia e qual o seu potencial. Hoje, 80% da insulina produzida no Brasil é transgênica. A maior parte das vacinas contra a hepatite B, usadas no SUS no Brasil, é geneticamente modificada. Algumas marcas de sabão em pó, que têm enzimas usadas para degradar a sujeira, são geneticamente modificadas. A partir do momento em que as pessoas começam a tomar conhecimento do que é uma tecnologia que já está há algumas décadas entre nós e só agora começou a entrar na agricultura, acredito que começam a perceber a importância de o Brasil não ficar alheio.

ZH – Como estão as pesquisas no Brasil?

Nepomuceno – O Brasil é o segundo maior produtor de grãos do planeta. Em breve, deverá se tornar o primeiro. Então, não podemos fazer um muro em volta do Brasil e votar para que o país evite transgênicos, como muita gente tentou. Nosso país investe apenas 1,09% do PIB em tecnologia. Estados Unidos, Japão e Coreia investem de 3 a 4% de seus PIB, bem maior que o nosso. As pesquisas nos últimos anos têm evoluído, mas precisamos avançar mais na biotecnologia.

(Zero Hora, 13/08/2010)


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