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contaminação da água
2010-08-12 | Tatianaf

Ninguém esquece o foco de cólera que assolou o Zimbábue entre 2008 e 2009, salvo, ao que parece, os responsáveis por manter a rede de água e saneamento, que descuidam desta infraestrutura. Quando a epidemia foi controlada, já haviam morrido quatro mil pessoas. Pode haver outro foco de cólera, alertou Steady Kangata, porta-voz da Agência de Gestão Ambiental (AGA). “A maioria das estações de bombeamento e dos filtros biológicos não funciona. A água do esgoto sem tratamento contamina as fontes naturais. É uma bomba de tempo sanitária”, acrescentou.

Em abril houve um foco de tifo em Mabvuku, um bairro densamente povoado da capital, Harare. Das 300 pessoas que contraíram a doença, oito morreram. Cólera e tifo são dois dos perigos que ameaçam se propagar, devido à contaminação da água e dos alimentos que entram em contato com ela. As autoridades costumam tratar o esgoto separando o líquido do sólido, tratando o primeiro e elaborando adubo a partir do segundo antes de despejar no meio ambiente.

No entanto, agora lançam tudo sem tratar, disse Steady, o que forçou a AGA a iniciar ações legais por contaminação contra as prefeituras de Harare, Mutare, Marondera, Chinhoyi, entre outras. “É patético”, lamentou o porta-voz. “Cuidam do tratamento da água como se fosse um assunto secundário, que vem depois de outros, como o pagamento de seus altos salários”, protestou.

Os funcionários enchem os bolsos com o dinheiro para tratar a água, disse Simbarashe Moyo, presidente da Associação de Moradores de Harare. “A população faz a sua parte, paga um serviço, que já é caro, que passa longos períodos sem fornecer água”, disse Simbarashe à IPS. “O que recebemos em troca?”, perguntou. “Lixo e esgoto em nossos rios, e depois a água circula por nossas torneiras e não nos atrevemos a beber por medo de ficarmos doentes”, acrescentou.

O ministro das Finanças, Tendai Biti, sugeriu que seja reservada uma porcentagem do dinheiro arrecadado para reinvestimento no setor. O prefeito de Harare, Muchadeyi Masunda, aprovou a sugestão, e disse que não é responsável pela situação atual, garantindo que faz todo o possível para recuperar a infraestrutura afetada. “As duas estações de tratamento de esgoto da cidade funcionam mal desde dois ou três anos antes de assumirmos o governo, em 2008”, acrescentou. “Outro problema é que a população cresceu acima da capacidade da infraestrutura. É um dever de todos frear a contaminação das fontes de água”, ressaltou o prefeito.

Tratar o esgoto exige uma quantidade incomum de substâncias químicas, que chega a custar US$ 2 milhões ao mês. À contaminação industrial devem ser somados os maus hábitos da população, como jogar lixo na rede de esgoto. A prefeitura não enriquece à custa do serviço, assegurou Muchadeyi. A lei determina a destinação de 70% da arrecadação para melhorar o serviço e 30% para gastos administrativos.

O governo chamou a atenção do prefeito por sua oposição à proposta de fixar um limite aos salários dos funcionários, que chegam a US$ 15 mil por mês em alguns casos. O ministro de Recursos Hídricos e Desenvolvimento, Samuel Sipepa Nkomo, afirmou que a má situação do setor data de uns dez anos, quando a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF) estava no governo e não fez os trabalhos de manutenção.

Nos últimos oito meses, o Ministério pediu urgência às prefeituras na criação de contas separadas a fim de investirem no setor, disse Samuel. Algumas responderam, mas é muito cedo para avaliar o êxito da medida. “São necessários cerca de US$ 10 bilhões para atender os problemas do país ligados à água”, ressaltou. “Só Harare precisa de US$ 254 milhões, Bulawayo US$ 100 milhões e o restante dos povoados e cidades necessitam mais milhões cada um para restabelecer o serviço. Porém, no atual orçamento não há mais dinheiro para isso. Não houve nenhum aumento”, lamentou o ministro.

Ao apresentar o orçamento deste ano, em dezembro passado, Tendai informou que seriam destinados US$ 109 milhões para manter a infraestrutura de água e saneamento de todo o país.

(Por Mufudzi Moyo, Envolverde, IPS, 12/08/2010)


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