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mineração em terra indígena exploração de urânio
2010-08-11 | Tatianaf

Mineradoras da Austrália começarão a escavar em uma mina de urânio no oeste do país no ano que vem. No entanto, são cada vez maiores os protestos para que o governo volte a proibir a extração de minerais radioativos. “Não precisamos de urânio”, disse Geoggrey Stokes, líder e pastor do clã wongatha, para quem este território é seu lar. “Temos sol, vento e gente. Por que vamos contaminar o país em troca de dinheiro?”, perguntou.

A Austrália tem a maior quantidade desse mineral, segundo a Associação Nuclear Mundial, com 23% da reserva global. Das três minas existentes, dez mil toneladas de óxido de urânio são exportadas por ano. O valor anual das exportações chegou a US$ 892 milhões nos dois últimos anos, segundo a entidade. Os maiores clientes são Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão, que o usam para produzir energia nuclear. A maior quantidade de urânio deste país fica no oeste. Entre 2002 e 2008, foi proibida a extração, mas a medida foi levantada quando o Partido Liberal chegou ao poder.

Mais de cem empresas nacionais e estrangeiras buscam urânio na região, informou a Aliança Antinuclear da Austrália Ocidental. A companhia local BHP Billiton prevê explorar o urânio de Yeelirrie em 2011. O projeto chega a US$ 15,6 bilhões. A mina, que estará operacional em 2014, produzirá 3.500 toneladas do mineral por ano. Karlgoorlie-Boulder fica em uma área chamada Goldfiels, 600 quilômetros a oeste de Perth, a capital estadual. Esta localidade de 30 mil habitantes depende totalmente da mineração. Mas muitos prefeririam não ter nada a ver com o urânio

“Não queremos a extração do mineral nem deixar para as futuras gerações um ambiente degradado”, disse Kade Muir, antropóloga nascida em Karlgoorlie. O governante Partido Trabalhista, que concorda com esta apreciação, proibiu a extração em três localidades quando esteve à frente do governo federal nos anos 80. “Sabemos que a mineração é perigosa, mas a extração de urânio é ainda mais. Representa um risco inaceitável para os trabalhadores, as futuras gerações e para o bem-estar das comunidades aborígines, além de uma terrível ameaça para o meio ambiente da região”, disse Sally Talbot, ministra do Meio Ambiente, às pessoas que protestaram diante de uma das minas, em março.

A extração de urânio é um assunto sensível para a população indígena há décadas. Centenas de aborígines foram deslocados nos anos 50 e 60, quando os governos australiano e britânico realizaram testes atômicos. Muitas pessoas sofreram graves problemas de saúde, como câncer e outras doenças inexplicáveis. É uma indústria que tem impacto devastador, concluiu um estudo feito no parlamento australiano em 1997, mencionando a mina Rum Jungle, no Território Norte, cujos efluentes ácidos acabaram no Rio Finnis e “destruíram plantas e animais ao longo de dez quilômetros”.

“A extração de urânio teve consequências nefastas para os indígenas. Experiências como a de Rum Jungle deixaram áreas tão degradadas que seus moradores tradicionais não puderam mais usá-las”, diz o documento. A mina Olympic Dam, da BHP, retira 30 milhões de litros de água por dia da Grande Bacia Artesiana, segundo a Fundação Australiana para a Conservação. Não se sabe de planos para manejar os 60 milhões de toneladas de lixo radioativo lançados na reserva subterrânea. Não existem minas de urânio reabilitadas, assegurou Gavin Mudd, engenheiro e professor da Universidade de Monash.

A Austrália se assegura de que o urânio que exporta não seja usado para fabricar armas nucleares, mas a proliferação destas e o lixo radioativo deveriam ser razões suficientes para acabar com a extração do mineral. Contudo, nem todas as comunidades indígenas são contra as minas de urânio. Os martu colocaram à disposição seu território de 130 mil quilômetros quadrados neste mesmo Estado. A empresa Western Desert Lands Aboriginal Corp, que representa esta comunidade, assinou acordos de exploração na área com pelo menos duas companhias.

Os povos indígenas costumam receber compensações pelo uso de suas terras. O valor depende da localização, do tipo e da dimensão da mina. Entretanto, parece que para os wongatha nenhuma oferta da BHP vale o risco que representa um projeto minerador. Envolverde/IPS

(Por Jessie Boylan, IPS, Envolverde, 11/8/2010)


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