A Braskem, maior petroquímica da América Latina, deve anunciar em outubro um projeto de investimento amplo para o segmento de plásticos "verdes", produzidos a partir do etanol. "Devemos apresentar em outubro uma agenda ampla, que envolve projetos no Brasil e fora do país", afirmou ontem o presidente da empresa, Bernardo Gradin. A primeira unidade de eteno verde da companhia iniciará em setembro suas operações em Triunfo (RS), com capacidade de produção de 200 mil toneladas por ano.
A Braskem afirma que será a primeira empresa no mundo a produzir um polietileno certificado com matéria-prima renovável em escala industrial. Mas as novas unidades, instaladas no Brasil ou no exterior, poderão produzir petroquímicos a partir de outras matérias-primas, e não somente da cana-de-açúcar, caso do projeto gaúcho. De acordo com Gradin, a Braskem mantém o objetivo de se tornar uma das maiores petroquímicas globais - o discurso anterior era de que a petroquímica pretendia ser uma das cinco maiores do mundo no setor -, mas agora o foco principal está em ser referência mundial na química feita a partir de fontes renováveis.
A empresa deve investir R$ 1,6 bilhão este ano. No primeiro semestre, foram aplicados R$ 621 milhões, dos quais R$ 251 milhões foram destinados à unidade de eteno verde. Ontem, a Braskem divulgou lucro líquido de R$ 45 milhões no segundo trimestre, bem menor do que os R$ 1,156 bilhão verificados em igual período de 2009. Na ocasião, o lucro foi impulsionado pela desvalorização do dólar em relação ao real.
(Correio do Povo, 11/08/2010)