O Ministério Público Federal instaurou um procedimento administrativo nesta terça-feira para apurar as causas do vazamento de óleo que atingiu as praias de Cabo Frio e Arraial do Cabo, na região dos Lagos, no domingo (8). O órgão também investiga o dano ambiental causado à região e as medidas necessárias para a sua recomposição.
O procurador da República Thiago Simão Miller, que atua em São Pedro da Aldeia (região dos Lagos), já cobrou esclarecimentos do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), da Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, da Comap (Companhia Municipal de Administração Portuária), Capitania dos Portos (Cabo Frio) e IEAPM (Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira).
O Ministério Público Federal informou em nota que foram solicitadas providências para conter o vazamento, a origem do óleo, e saber quais navios e plataformas estavam na região nos últimos 15 dias.
'Ainda é cedo para apontarmos a responsabilidade de quem quer que seja. Neste primeiro momento a maior preocupação é descobrirmos a origem do vazamento, até mesmo para termos certeza de seu estancamento', afirmou o procurador Miller.
O Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira analisa amostras colhidas nas praias da região dos Lagos. O laudo final deve ficar pronto em 20 dias.
Na segunda-feira (9), após contradições, o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) disse não haver a necessidade de manter plano emergencial com os dois municípios atingidos por mancha de óleo na região dos Lagos. O órgão trabalha com a hipótese de o óleo ter vazado de alguma embarcação.
O Inea chegou a dizer que a mancha detectada em Cabo Frio e Arraial do Cabo tinha avançado para Búzios na manhã de ontem, mas após dois sobrevoos, negou a informação.
Técnicos do Inea também encontraram ontem cerca de 20 pinguins mortos na praia do Forno, em Arraial do Cabo. Ainda não há informações sobre o que teria provocado a morte dos animais.
(Folha Online, 10/08/2010)