Engenheiros da British Petroleum (BP) preparam a partir desta segunda-feira (9) a fase final da escavação de um poço auxiliar para selar definitivamente o poço danificado no golfo do México, enquanto os Estados Unidos advertem que a empresa enfrentará multas "significativas" pelos danos.
A empresa anunciou com alívio na tarde do domingo que a operação da semana passada, na qual foram injetadas grandes quantidades de cimento e lodo para fechar o poço Macondo, surtiu efeito.
"Os testes de pressão após a operação de fechamento com cimento indicam que temos um selo de cimento eficaz", declarou a empresa, em sua página de internet, em referência à "tampa" colocada no poço.
Após comprovar a solidez da mistura de lodo e cimento, os engenheiros da BP preveem começar a fase final da escavação dos cerca de 30 metros de profundidade que faltam ao poço auxiliar.
A ideia é que, a partir desse poço auxiliar, os engenheiros possam injetar mais lodo e cimento pela parte inferior do depósito, em uma operação conhecida em inglês como "bottom kill" e que se espera sele totalmente o poço estragado.
A empresa não disse quando começará a parte final desta missão, mas acredita que será até o próximo fim de semana, quando se possa determinar se completou a conexão entre ambos os poços.
TEMPO
A BP disse que, em todo caso, o início da fase final dependerá da previsão do tempo, porque uma tempestade tropical causaria demoras nas operações de escavação do poço auxiliar.
Um relatório do governo do dia 4 de agosto indicou que aproximadamente 75% do petróleo que emanou do Macondo foi eliminado mediante diversos métodos, incluindo a evaporação, dissolução e incêndios controlados. Mas o número foi contestado por cientistas.
O derramamento de cerca de 4,9 milhões de barris de petróleo representa a pior catástrofe ambiental na história dos Estados Unidos, e o governo de Washington deixou claro que a BP pagará caro pelos danos.
No domingo, a assessora para assuntos energéticos da Casa Branca, Carol Browner, afirmou à rede "NBC" que a BP "absolutamente" terá que pagar uma "grande multa financeira" pelo vazamento no golfo do México.
Embora não tenha dito quanto seria o montante, Browner assegurou que seria uma quantidade "significativa".
(Folha Online, 09/08/2010)