Considerado uma das sete maravilhas do Estado, o Salto do Yucumã, no município de Derrubadas, não será engolido pelas barragens das duas hidrelétricas que Brasil e Argentina querem construir no Rio Uruguai, assegura o governo federal.
A decisão de tirar do papel o projeto das usinas, 30 anos após a assinatura do tratado para o aproveitamento do trecho limítrofe para geração de energia, alarmou ambientalistas e preocupou prefeitos do Noroeste gaúcho, que temem perder área para os lagos.
O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, assegurou a ZH que um dos maiores saltos longitudinais do mundo, com 1,8 quilômetros de extensão, sobreviverá ao impacto das obras.
– Não há risco de o Salto de Yucumã ser alagado. A área é praticamente igual à do rio em regime de cheia. Como a usina deve ficar próxima da calha do rio, o lago é menor – disse o ministro.
O Parque Estadual do Turvo, no entanto, será atingido. A reserva que abriga o salto terá parte da área alagada, mas seria apenas uma extensão equivalente à que fica sob as águas em períodos de enchente, afirma o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético da pasta, Altino Ventura Filho (veja ao lado).
Projetos de usinas foram redimensionados
O plano de construir as hidrelétricas ganhou novo impulso com a decisão dos dois governos, em 2008, de ratificar o tratado de 1980. Em novembro do ano passado, uma declaração conjunta dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner também reforçou a intenção de acelerar os estudos das obras. Para gerar energia entre os dois vizinhos, porém, os projetos tiveram de ser redimensionados, buscando equilíbrio entre máximo potencial hidrelétrico possível com o menor impacto ambiental.
(Zero Hora, 09/08/2010)