A absorção de CO2 é mais uma razão para recuperar – e preservar – matas nativas. Segundo estudo realizado na Austrália, o reflorestamento é mais eficiente que o plantio de uma única espécie para reter o dioxido de carbono na atmosfera. A pesquisa foi pulicada no periódico Ecological Management & Restoration.
Essa descoberta confronta a visão tradicional sobre a eficiência da monocultura no plantio de árvores. Depois de testar três tipos de plantações no nordeste da Austrália – monocultura de coníferas nativas, plantações mistas e recuperar florestas tropicais originais com árvores diversas – os pesquisadores constataram algumas diferenças.
Florestas recuperadas eram mais densas, tinham árvores maiores e capturavam 106 toneladas de CO2 por hectare, contra apenas 62 toneladas armazenadas em plantações não-nativas. A pesquisa é importante, pois aparece num momento em que nações e empresas estudam maneiras de compensar emissões de gases-estufa com ações de preservação e reflorestamento.
Cientistas florestais alertam para o risco de haver disseminação de florestas de uma única espécie mundo afora. “Os investidores procuram a maneira mais barata de mitigar emissões” diz John Kanowski, ecologista da Australian Wildlife Conservancy e um dos autores do estudo.
Plantações em monoculturas têm sido usadas para fins industriais e são fonte de recursos como madeira e borracha. No entanto, esse modelo é controverso, sendo chamado por alguns ecologistas de “deserto verde” por conta da perda da diversidade de espécies vegetais e animais.
(Por Charles Nisz, blog Tablóide Verde, EcoDebate, 09/08/2010)