As novas negociações para um acordo internacional sobre a mudança climática, que terminaram nesta sexta (6) em Bonn, na Alemanha, terminaram sem avanços.
'Vim a Bonn na esperança de um acordo em Cancún, mas neste momento estou muito preocupado e vi alguns países se afastando do progresso feito em Copenhague', disse o enviado dos EUA, Jonathan Pershing.
Novas propostas foram acrescentadas, e um novo texto em discussão chegou a 34 páginas, de uma proposta original com 17.
O texto-base contém propostas de resolução para o debate definitivo, que acontecerá em novembro em Cancún. O texto inclui informações sobre impacto da agricultura nas emissões, mecanismos para o mercado de carbono e os impactos de uma transição para uma economia de baixas emissões.
A chefe das Nações Unidas para as negociações, Christiana Figueres, disse que o texto não pode crescer mais e que algum progresso foi feito. 'Se você olhar para o quadro geral, temos progresso aqui em Bonn. É difícil preparar uma refeição sem uma panela, e os governos estão muito mais próximos de criar a panela', disse ela.
O ritmo das negociações diminuiu, com alguns países reabrindo questões que já haviam sido pactuadas no acordo de Copenhague, como o monitoramento e a medição das emissões dos gases causadores do efeito estufa.
'A discussão da mitigação retrocedeu e ficou mais polarizada', disse Gordon Shepherd, da ONG WWF.
A disputa também se estendeu para questões financeiras. O acordo de Copenhague, fechado em dezembro, determinou como meta de longo prazo de levantar US$ 100 bilhões ao ano, até 2020, para combater os efeitos da mudança climática e a meta de curto prazo de US$ 10 bilhões ao ano até 2012.
Outro revés para as conversações surgiu da falta de uma legislação específica nos Estados Unidos. O Senado dos EUA abandonou o esforço para incluir cortes de emissões numa lei do setor energético.
(Folha Online, 07/08/2010)