A Casa Branca foi acusada de distorcer um relatório científico governamental sobre a quantidade de óleo que permanece no golfo do México, após o vazamento da petroleira BP, informou o jornal britânico "The Guardian" no fim desta quinta-feira (5).
Oficiais haviam declarado nesta quarta-feira (4) que cerca de 75% do óleo havia sido removida.
Mas grupos ambientalistas e cientistas, incluindo aqueles trabalhando com agências do governo para calcular o vazamento, disseram que oficiais da Casa Branca foram "otimistas" demais sobre o relatório da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).
John Kessler, da Universidade Texas A&M, por exemplo, que conduziu um estudo da Fundação de Ciência Nacional em campo sobre o vazamento, diz que o dado divulgado não é verdade e que entre "50% e 75% do material que saiu do poço ainda está na água", mas apenas está em forma dissolvida ou dispersa.
Susan Shaw, toxicologista marinha e diretora do Instituto para Pesquisa Ambiental Marinha, diz que a Casa Branca foi rápida demais para declarar que o óleo se foi. Ela também afirma que o relatório não explica direito como alcançou sua estimativa sobre quanto óleo se biodegradou naturalmente ou foi disperso com produtos químicos.
No Estado da Louisiana, oficiais da vida selvagem disseram à "CNN" que óleo segue chegando às áreas costeiras de St Bernard, Plaquemines e Jefferson..
(Folha Online, 07/08/2010)