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2010-08-06 | Tatianaf

No dia 31 de julho, o Instituto comemorou dez anos trabalhando na construção de um modelo forte de agricultura familiar, com jovens plenamente formados e capazes de realizar empreendimentos socioeconômicos sólidos.

Desde sua criação, em 31 julho de 2000, como resultado do amadurecimento da visão ético-política de sua mantenedora, o Instituto Souza Cruz já apontava para uma nova configuração do campo, caracterizada pelas novas profissões rurais, diferentes canais de comercialização, ações sustentáveis e empreendimentos inovadores. O cenário promissor, no entanto, apresentava uma necessidade: pessoas preparadas integralmente para gerir e dar continuidade a esse processo de desenvolvimento rural. Nascia, assim, as bases de uma nova pedagogia que viria a ser o eixo principal de trabalho do Instituto: o Programa Empreendedorismo do Jovem Rural (PEJR).

“Através da formação integral propiciada pelo programa, quando um jovem torna-se um agente de desenvolvimento rural passa a constituir um ponto focal para a transformação dos territórios rurais: é o ator que faz mediação de interesses, que se torna referência para as instituições locais, que introduz inovações técnicas e metodológicas na agricultura familiar”, explica Luiz André Soares, gerente do Instituto Souza Cruz, detentor do título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), concedido pelo Ministério da Justiça anualmente.

Formada no PEJR em 2008, a catarinense Diana Feldhaus aumentou a renda da família em 25% com a diversificação produtiva, um dos eixos trabalhados pelo programa, e ainda percebeu que poderia influenciar positivamente a esfera pública local.
“Com a formação, passei a ter uma visão mais crítica dos fatos, um olhar para a propriedade rural sob a qual se pode gerenciar toda a cadeia produtiva. Passei a produzir da porteira para dentro e da porteira para fora. Aprendi a me relacionar com entidades públicas e privadas e, atualmente, participo do Fórum Municipal da Juventude, onde discutimos as políticas públicas”, destaca. 

Parcerias de sucesso
Diana integra os quase 270 agentes de desenvolvimento rural formados em três territórios do Sul do país: Encostas da Serra Geral (SC), Vale do Rio Pardo (RS) e Centro-Sul do Paraná (PR). A implantação do PEJR nessas regiões é viabilizada pela parceria entre o Instituto Souza Cruz e o Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural (Cedejor).

De acordo com Sergio Burgardt, gerente- executivo do Cedejor, a parceria com o Instituto traz integração com as demais instituições que trabalham com a juventude rural no Brasil. “A união permite que atuemos de forma responsável e com êxito através do PEJR. O Instituto Souza Cruz sempre manteve o compromisso não apenas com a aplicação do Programa, mas também através da participação em diversos momentos da vida do Cedejor”, afirma Burgardt.

Em 2006, o Instituto também se uniu à Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/SC) para a implementação de um projeto-piloto do programa no Centro de Treinamento da empresa, em Campos Novos, no meio-oeste catarinense, onde se formaram outros 28 jovens.

Em 2010, outros 25 rapazes e moças obterão o título de Agente de Desenvolvimento Rural no território paranaense Caminhos do Tibagi graças à parceria entre o Instituto Souza Cruz com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná, o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural, a Fundação Terra e as prefeituras locais.

Teoria, prática e uma expansão promissora
No ano de seu 10° aniversário, a instituição firma parcerias com o Movimento de Organização Comunitária, levando o PEJR ao semiárido da Bahia, e com a Agência de Desenvolvimento Econômico Local e a Fundação Konrad Adenauer, chegando à região do Médio-Curu (Ceará).

Em fevereiro deste ano, o PEJR iniciou uma nova fase, após passar por uma avaliação conduzida pela Universidade Federal de Viçosa. Agora são três eixos temáticos: juventude rural, agricultura familiar e desenvolvimento sustentável e solidário com enfoque territorial, experimentados pela turma-piloto do Cedejor das Encostas da Serra Geral.

A aplicação prática do Programa Empreendedorismo do Jovem Rural acontece em 15 sequências ao longo de um ano, alternando a cada mês uma semana presencial no núcleo de formação e duas semanas de convívio nos territórios rurais, em atividades teóricas e práticas. Quando o jovem conclui o PEJR, torna-se não só um agente, mas o ponto focal para a transformação: “Ao permanecer de forma qualificada no espaço rural, o jovem contribui para a construção de uma nova realidade para o campo brasileiro”, avalia Luiz André.

O Instituto Souza Cruz também fortaleceu a adesão institucional à sua causa, fomentando a criação da Rede Jovem Rural (aliança de organizações não-governamentais que promove ações em prol da juventude rural). Para Abdalaziz Moura, presidente do Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), que integra a Rede Jovem Rural, a parceria com o Instituto gera muitos benefícios para a juventude pernambucana. “Com o apoio do Instituto realizamos, ano passado, a III Jornada Nacional do Jovem Rural, com aproximadamente 800 participantes de todo o Brasil. O evento aumentou a nossa legitimidade e o nosso reconhecimento”, afirma Moura.

“Essa é a razão de ser da Instituição: ajudar na construção de um modelo forte de agricultura familiar, com jovens plenamente formados e capazes de realizar empreendimentos socioeconômicos sólidos, em que haja espaço para inovação técnica aliada ao respeito às tradições. Nossa única meta para o futuro é a prosperidade rural”, finaliza Luiz André.

(Souza Cruz, 05/08/2010)

 


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