O Ministério da Agricultura (Mapa) divulgou ontem lista com três empresas que entraram em regime especial de fiscalização por indícios de não conformidades ligadas à adição de água em aves e subprodutos. A Brasil Foods entrou em regime prévio de avaliação das cargas na terça-feira, enquanto a Cooperativa Agroindustrial Consolata, do Paraná, e a Rigor Alimentos, de São Paulo, estão com a produção sob análise antes da comercialização desde 14 e 21 de julho, respectivamente.
A decisão implica suspensão temporária da comercialização dos cortes enquanto a fiscalização estiver ocorrendo. "Isso é uma questão de horas", explica o diretor da Ubabef, Ricardo Santin. A portaria 210/1998 estabelece limite de até 6% de água nos produtos depois de descongelados.
Em nota, a Brasil Foods, que teve uma planta afetada em São Paulo, informou que apresentou recurso ao Mapa contestando o resultado da análise. A empresa entende que as imposições não possuem lastro legal. As outras duas indústrias citadas não se manifestaram.
O presidente da Ubabef, Francisco Turra, afirmou que já foi solicitada reunião com o Mapa para debater o método de avaliação de cortes congelados e resfriados. Ele afirma, inclusive, que a Pasta já teria aceitado rever a análise dos produtos das empresas. O ministério, contudo, não confirmou a informação. "Temos certeza que a metodologia que sempre foi adotada irá prevalecer", salienta Turra, referindo-se às mudanças de procedimentos no Mapa.
Segundo ele, nota publicada pelo Mapa ainda causou confusão ao anunciar que as empresas teriam sido proibidas de negociar os produtos. Turra afirma que, o que ocorre no regime especial de fiscalização, é apenas a análise prévia de todos os produtos em estoque. O mesmo vale para os novos lotes. O presidente da Asgav, Luiz Fernando Roos, informou que o RS não tem registrado este tipo de ocorrência.
(Correio do Povo, 05/08/2010)