A principal fonte de energia do carro são células de combustível que convertem energia de hidrogênio em eletricidade
Londres poderá ter os seus primeiros táxis com emissão zero, movidos a hidrogênio, circulando durante os Jogos Olímpicos de 2012.
Os táxis desenvolvidos pela Lotus, equipe britânica de Fórmula 1 e que também produz carros esporte, tem o chassis igual ao do atual Black Cab inglês e pesam as mesmas 2,6 toneladas.
Sua aceleração de 0 a 100 km/hora se dá em 15,5 segundos - lenta se comparada a maioria dos carros, mas sete segundos mais rápida do que um Black Cab comum. Sua velocidade máxima é de 128 km/h.
Visto de fora, ele parece um táxi comum, mas as rodas traseiras são movidas por dois motores elétricos movidos por uma bateria de polímero de lítio - apesar de não ser um carro elétrico no sentido convencional.
A principal fonte de energia do carro são células de combustível que convertem energia de hidrogênio - armazenado em um tanque sob o capô do carro - em eletricidade. Os motores elétricos podem ser movidos pelo sistema de células de combustível, ou por bateria, ou por uma combinação dos dois.
A bateria do carro é alimentada cada vez que o veículo é freado, tanto pelo excesso de eletricidade criado pelas células de combustível, como pela energia cinética capturada durante a brecagem e enviada para os motores elétricos.
Com as duas diferentes fontes de energia, o carro poderia ser considerado híbrido, apesar de que, normalmente, o termo se refere a carros movidos a gasolina e eletricidade.
Tecnologia
O objetivo do projeto é criar um carro com emissões zero. O táxi não tem cano de descarga porque só emite vapor d'água. Mas isso não quer dizer que se trate de um carro ecológico, já que o processo de produção de hidrogênio - que quebra a água em moléculas de oxigênio e hidrogênio - é um processo que exige bastante energia.
Quando o processo é feito com a ajuda de fontes de energia renováveis, como turbinas de vento, o carro é ecológico, mas na prática, o mais provável é que o hidrogênio seja produzido com o uso de combustíveis fósseis, como o gás.
Na verdade, trata-se mais de uma ferramenta de marketing. "O Black Cab é uma boa ferramenta para demonstrarmos a tecnologia", afirma Ashley Kells, diretor do programa da Intelligent Energy, a empresa que desenvolveu o sistema de células de combustível do veículo.
"Enquanto você abastecer as células de energia, elas continuarão garantindo a energia do carro." No caso dos táxis londrinos, eles serão abastecidos com hidrogênio gasoso, e o tanque pode ser cheio em cinco minutos. Um tanque cheio de hidrogênio dá ao veículo a mesma autonomia que um tanque de gasolina - entre 250 km e 400 km.
Apenas alguns táxis movidos a hidrogênio serão lançados para os Jogos Olímpicos de 2012. Até lá, deve haver seis postos de abastecimento de hidrogênio na cidade e pelo menos cinco ônibus movidos a hidrogênio em circulação.
Mas Kells afirma que não se trata apenas de marketing e que o projeto oferece uma "uma solução tangível, real para 2020".
O prefeito de Londres, Boris Johnson, estabeleceu a data para que todos os táxis londrinos tenham emissão zero. Mas para os engenheiros da Lotus, acostumados a trabalhar com carros de estrutura bem mais leve, este é apenas o começo. Eles esperam conseguir que o projeto avance para que sejam desenvolvidos táxis mais leves e eficientes no futuro.
(AFP/UOL, 04/08/2010)