Flora e fauna submarinas sofrerão os efeitos dos mais de três meses de derramamento de petróleo
O impacto do derramamento de petróleo no Golfo do México poderá durar "anos, e possivelmente décadas", disse nesta quarta-feira (04/08) a titular da Administração Nacional de Assuntos Oceânicos e Atmosféricos (NOAA na sigla em inglês).
Jane Lubchenco concedeu entrevista à imprensa na Casa Branca, depois de a britânica BP anunciar o fechamento do poço avariado.
"Acompanhamos preocupados o impacto a longo prazo", disse ela, sobre o vazamento que causou a maior catástrofe ambiental da história dos Estados Unidos.
A flora e a fauna submarinas se viram afetadas pelo vazamento durante três meses e sofrerão os efeitos da contaminação durante "anos e, possivelmente, décadas", completou Lubchenco.
No entanto, a funcionária disse estar otimista sobre as consequências da contaminação dos produtos marinhos destinados ao consumo humano, afirmando que os organismos degeneram naturalmente os hidrocarbonetos em algumas semanas.
De qualquer forma, as autoridades americanas continuarão realizando análises no longo prazo para assegurar a qualidade desses produtos, disse Lubchenco.
Apesar dessa preocupação, o governo americano mostrou otimismo sobre o sucesso da operação da BP para selar o poço danificado com barro e cimento e colocar um fim definitivo no vazamento de petróleo.
"Alcançamos uma condição no poço que nos permite ter uma grande confiança de que não haverá vazamento de petróleo no ambiente", disse o almirante Thad Allen, responsável do governo para supervisionar a luta contra o derramamento, em coletiva de imprensa na Casa Branca.
A BP afirmou nesta quarta-feira ter selado definitivamente o poço de petróleo que causou a mancha de óleo no Golfo, colocando fim ao derramamento iniciado mais de 100 dias atrás.
Allen disse que ainda se avalia se será feita agora a tentativa de selar definitivamente o poço, ou se vão esperar até que um poço auxiliar fique pronto, ainda neste mês, algo que ele considera uma solução final.
Sucesso no procedimento de selagem do poço
A BP informou na primeira hora desta quarta-feira (04/08) que o procedimento "static kill", que busca um ponto final para as tarefas de contenção da mancha de óleo existente há mais de 100 dias nas águas do Golfo, alcançou "o objetivo desejado".
"A pressão do poço está agora controlada pela pressão hidrostática do barro injetado, o que constitui o objetivo da operação", declarou o grupo britânico em um comunicado.
Em torno de 4,9 milhões de barris de petróleo, ou seja, 780 milhões de litros, vazaram do poço danificado depois da explosão de 20 de abril que matou onze operários da BP na plataforma Deepwater Horizon, e provocou seu afundamento dois dias depois, em frente à costa de Louisiana.
O dano na estrutura petroleira deu origem à pior catástrofe ambiental da história dos Estados Unidos, com consequências diretas nos ecossistemas e na economia local de cinco estados do sul dos Estados Unidos: Alabama, Flórida, Louisiana, Mississippi e Texas.
(AFP/UOL, 04/08/2010)