Cientistas do governo dos Estados Unidos afirmaram que 75% do óleo do gigantesco vazamento da British Petroleum (BP) foi limpo.
A consultora em energia da Casa Branca Carol Browner disse pela TV na manhã desta quarta-feira (4) que uma nova avaliação da equipe verificou que 75% do óleo foi capturado, queimado, evaporado ou quebrado no golfo do México.
Segundo o jornal "Telegraph", o relatório foi compilado por cientistas do governo federal para descobrir aonde tinham ido os enormes volumes de óleo vazado.
Eles calcularam que cerca de 25% dos componentes químicos do óleo evaporaram na superfície ou se dissolveram na água.
Ao menos 5% foi queimado na superfície, 3% foi removido sob a forma de espuma e 8% foi decomposto por dispersantes, segundo o jornal "Telegraph". Outros 16% foram dispersos naturalmente.
"A Mãe Natureza fez sua parte", disse Browner ao programa do canal NBC "Today".
Apesar de ainda restar boa parte do óleo na água ou na costa, onde ameaça pássaros e a vida selvagem, está rapidamente sendo eliminado, de acordo com o relato dos cientistas.
"Não há evidência de que haja concentrações significativas de óleo que nós não tenhamos contado", disse ao "New York Times" Jane Lubchenco, chefe da Administração de Atmosfera e Oceano dos EUA (NOAA), principal agência que produziu o novo relatório.
Mas ela disse que o governo ainda está preocupado quanto ao dano ecológico já causado pelo vazamento. "Não sabemos ainda o total impacto do vazamento no ecossistema ou às pessoas no golfo", afirmou Lubchenco.
"Questões permanecem sobre o dano causado a ovos e larvas de organismos como peixes, caranguejos e camarões", completa ela.
BLOQUEADO
Browner também felicitou a notícia de que a BP conseguiu sucesso na operação para bloquear o poço danificado ao utilizar lodo pesado, o que foi considerado pela empresa "um marco" --o vazamento com a explosão do poço começou em 20 de abril e matou 11 trabalhadores.
A operação consistiu em empurrar o petróleo que vaza do poço até seu lugar original, mediante a injeção de cimento e lodo pesado.
Segundo a BP, a pressão do poço está controlada pela pressão hidrostática dessa mistura de cimento e lodo, e é o "resultado desejado" do processo iniciado na terça-feira.
A companhia acrescentou que supervisionará o poço danificado, e não descartou que possam ser necessárias mais injeções da mistura.
(Folha Online, 04/08/2010)