O poço de petróleo danificado no golfo do México deixou vazar aproximadamente 4,9 milhões de barris de petróleo ao mar desde que a plataforma da BP explodiu e afundou, em 20 de abril, segundo cálculos de cientistas divulgados nesta segunda-feira nos Estados Unidos.

O almirante da Guarda Litorânea, Thad Allen, responsável pela coordenação da resposta do governo ao vazamento, deu a equipes de cientistas o trabalho de revisar as estimativas prévias e, baseando-se em novas medições da pressão, de leitura de dados e análise, determinaram a quantidade de petróleo derramada.

O "número é o mais preciso até agora, e tem uma margem de erro de aproximadamente 10%", segundo comunicado.

O relatório revela que imediatamente depois do acidente foram derramados 62 mil barris diários, embora nos 87 dias prévios a 15 de julho, quando aconteceu a instalação da peça de contenção que permitiu fechar o poço temporariamente, a quantidade já era menor.

Os cientistas, federais e independentes, que foram auxiliados por engenheiros, calculam que, desde maio, 53 mil barris de petróleo vazaram por dia até que a BP conseguiu instalar a peça.

No total, desde 20 de abril, o golfo do México deixou vazar 4,9 milhões de barris de petróleo.

Entretanto, os cientistas indicam que nem todo o petróleo contaminou o mar, pois as operações de contenção realizadas pela BP por indicação do governo dos EUA conseguiram captar cerca de 800 mil barris de petróleo por dia antes de o poço ser tapado.

A quantidade de petróleo que vaza por dia foi motivo de divergência entre a BP e o governo desde o início do problema.

A multinacional petrolífera e funcionários anunciaram ao princípio que não parecia haver vazamento de petróleo, depois reconheceram a fuga de mil barris diários, em seguida elevaram o número a cinco mil, e no final de maio disseram que o vazamento era de entre 12 mil e 19 mil barris por dia, um cálculo que foi recebido com ceticismo.

A estimativa foi revisada depois em alta em várias ocasiões antes do novo anúncio desta segunda. As últimas estimativas oscilaram entre 35 mil e 60 mil barris.

(Folha Online, 03/08/2010)