A chanceler do México, Patricia Espinosa, pediu hoje aos países do Mercosul que alcancem um acordo global "com medidas efetivas" para deter os efeitos da mudança climática, um assunto que será discutido durante a Cúpula das Nações Unidas, em novembro, na cidade mexicana de Cancún.
"Espero que possamos alcançar importantes acordos nesta área. A comunidade internacional conta com um marco legal sólido, mas essas normas não se traduziram em ações concretas", lamentou Espinosa durante seu discurso na Cúpula do Mercosul que acontece na província argentina de San Juan.
A chanceler do México, país que participa da cúpula como observador, considerou necessário que os países desenvolvidos também se comprometam a reduzir suas emissões de poluentes, porque, para ela, "todos devem ser parte da solução".
"Um acordo em Cancún deve fornecer mecanismos para a adaptação e diminuição, contar com regras claras e transparentes", disse Espinosa, já pensando na cúpula da ONU sobre mudança climática que será realizada entre 29 de novembro e 10 de dezembro.
"A expectativa de vida é maior em nossas comunidades, temos acesso a comunicação e cultura, respeitamos nossas raízes, mas todos esses avanços estão em risco hoje. É necessário tomar medidas efetivas para deter a mudança climática", avaliou a chanceler diante dos líderes do Mercosul, integrado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com a Venezuela em processo de adesão.
Espinosa lembrou que os compromissos alcançados por 140 países equivalem a uma redução de emissões entre 12 e 19% para 2020, o qual, segundo ela, "é inferior ao necessário, que é de 25 a 40%".
Por outro lado, a diplomata agradeceu aos países do bloco sul-americano pela rejeição à lei do Arizona, que criminaliza os imigrantes ilegais e manifestou o desejo de seu Governo de alcançar uma maior aproximação com o Mercosul.
(UOL, 03/08/2010)