Um ano após o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) ter concedido a licença de instalação para o consórcio Energia Sustentável do Brasil iniciar a construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, em Porto Velho (RO), o canteiro de obras à margem do Rio Madeira está a todo vapor. Encravado em plena Floresta Amazônica e inserido na maior bacia hidrográfica do mundo, um dos mais importantes projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) começa a ganhar forma e a avançar. Depois de dar início à concretagem do vertedouro — a estrutura de escoamento da água dos reservatórios nos períodos de cheia do rio —, a concessionária responsável pela execução e operação da usina inicia a instalação da estrutura para acolher as primeiras turbinas.
Jirau começou a receber as virolas, peças consideradas como o ponto de partida para a montagem do sistema que irá gerar 3.450 megawatts de energia até 2015. O presidente da Energia Sustentável do Brasil, Victor Paranhos, explicou que as primeiras instalações coincidem também com da casa de força das turbinas. “Esse é um marco importante, pois é a partir daqui que será gerada toda a energia produzida”, comentou.
20% prontos
No início do ano, a concessionária anunciou que, devido à estratégia de construir simultaneamente as obras das duas margens do rio, assim como a montagem eletromecânica de suas unidades geradoras, a operação inicial da geração de energia da usina de Porto Velho, prevista para acontecer em setembro de 2015, foi antecipada para dezembro de 2012. “Acredito que já temos aproximadamente 20% do projeto inicial realizados”, calculou Paranhos.
O projeto inicial do empreendimento previa a instalação de 46 unidades geradoras, sendo 28 na Casa de Força I (margem direita do rio) e 18 na Casa de Força II (margem esquerda), constituídas por turbinas de sucção produzidas por um consórcio de fornecedores e pela chinesa Dong Fang. No entanto, em março deste ano, o Energia Sustentável solicitou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a permissão para instalar quatro novas turbinas. Se atendido, a capacidade de Jirau saltará para 3.750 megawatts.
(Por Fernando Braga, Correio Braziliense, 03/08/2010)