Uma equipe de 15 médicos veterinários, biólogos e técnicos realiza, desde o último dia 30, na Estação Ecológica do Taim, uma expedição que tem como missão identificar através de aves migratórias se doenças como a gripe aviária estão chegando ao País. A expedição, que acontece até o dia 15 de agosto, é desenvolvida em uma parceria entre Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimentos, secretarias estaduais da Agricultura, Pesca e do Agronegócio, Ministério do Meio Ambiente, Ibama, Centro Nacional de Pesquisa para Conservação de Aves Silvestres (Cemave), Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade, Ministério das Saúde e Secretaria Estadual da Saúde.
No local, a equipe de profissionais realiza a captura de aves migratórias, como marrecos, faz a identificação, a biometria e a coleta de amostras chamadas suabe cloacal e suabe traqueal, que são analisadas em laboratório. Esse trabalho é desenvolvido porque essas aves podem ser portadoras de doenças de alto risco para o ser humano, como a gripe aviária, doenças de Newcastle e febre nilo ocidental.
O veterinário Fábio Amaral, que é integrante do grupo, explica que, após esse procedimento, as aves são soltas e salientou que o trabalho não implica dor aos animais. Além do monitoramento em aves migratórias, o grupo também irá cadastrar as propriedades situadas a um raio de até 10 quilômetros da reserva do Taim e realizar esse monitoramento com aves criadas nesses locais. Outro trabalho desenvolvido pela equipe será de educação sanitária através de palestras em escolas da região.
Taim
O Taim tem 33.815 hectares e abrange parte dos municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, entre a Lagoa Mirim e o Oceano Atlântico. A Estação Ecológica do Taim tem como função preservar um dos ecossistemas mais frágeis do RS e engloba quatro grandes lagoas: Mirim, Jacaré, Nicola e Mangueira, indo até a faixa litorânea do Oceano Atlântico. Um dos principais motivos que levaram à criação da Estação Ecológica do Taim, em 21 de julho de 1986, foi o fato de essa área ser um dos locais de abrigo e alimentação para várias aves migratórias vindas da Patagônia.
(Por Melina Brum Cezar, Jornal Agora, 03/08/2010)