Desde maio de 2009, a Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela construção e futura operação da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, monitora a presença de mercúrio no rio Madeira para mensurar o metal líquido na água do rio e nos organismos de peixes e pessoas, que vivem nas proximidades. Trata-se de uma das condicionantes do Plano Básico Ambiental (PBA), desenvolvido pela Santo Antônio Energia, para implantação da hidrelétrica. Para realizar esta ação, a empresa conta com a parceria de profissionais das Universidades Federais de Rondônia e do Rio de Janeiro, além da Fundação Oswaldo Cruz.
A presença de uma grande quantidade de mercúrio na região de Porto Velho se deve à época do garimpo intenso, durante a década de 80, já que parte deste era queimada com o ouro e a outra jogada nas águas dos rios. A concentração do metal em todo o ambiente aumentou, atingindo peixes e algas, além da terra e do leito do Madeira. Como a população ribeirinha se alimenta basicamente de pescados, este mercúrio chega rapidamente ao organismo dos seres humanos e oferece riscos à saúde, como, por exemplo, o comprometimento do sistema nervoso central e do sentido da visão e problemas de coordenação motora.
Esta pesquisa realizada pela Santo Antônio Energia pretende encontrar indicativos elevados do metal em mil voluntários por meio da análise do cabelo, de exames clínicos e de sangue com parâmetros bioquímicos (hemograma, colesterol e fatores relacionados à alimentação). Com isso será possível obter um diagnóstico prévio antes da concepção do reservatório para poder comparar os resultados com um novo estudo posterior, quando o lago estiver formado.
Em andamento
“Já entregamos 90% dos exames de sangue à comunidade junto com um laudo médico e orientações a serem tomadas. Os exames de análise do cabelo estão em andamento, pois precisam ser comparados com as espécies de peixes consumidos pela população para ver se há alguma relação”, explica Aloísio Ferreira, coordenador de Sustentabilidade do Meio Biótico da Santo Antônio Energia. “A partir deste trabalho, teremos o mais completo estudo sobre mercúrio já realizado no Brasil”, completa Ferreira.
Para a concessionária, esta pesquisa é de suma importância, pois reforça o compromisso com a comunidade de Porto Velho e a melhoria da qualidade de vida de toda a população.
(Diário da Amazônia, 02/08/2010)