Lideranças indígenas da Associação Marubo de São Sebastião (AMAS), no Vale do Javari (AM), criaram um grupo de trabalho para debater e consultar comunidades indígenas quanto a políticas de crédito de carbono.
O grupo planeja promover um Seminário Regional sobre Crédito de Carbono, com o maior número de líderes indígenas da região. Segundo nota da AMAS, a iniciativa partiu da etnia Marubo, preocupada com o desmatamento que chega em suas terras por Cruzeiro do Sul, no Acre.
Na nota, os Marubo criticam as organizações ambientalistas, que não se manifestaram sobre a preocupação dos povos indígenas da região, e a Fundação Nacional do Índio (Funai).
"Já que os órgãos responsáveis não se comprometem na fiscalização, os Marúbo querem discutir projeto de Crédito de Carbono, que será uma alternativa para os povos indígenas estruturarem suas vigilâncias, adquirir meios de transporte, melhorarem rede de radiocomunicação, escolas, criar centros de referências, saúde, sustentabilidade e garantir a formação indígena a curto, médio e longo prazo", diz a nota.
Associação Marúbo de São Sebastião - AMAS vêm se preocupando com a mudança climática da região do Vale do Javari e reuniu com dirigentes de associações indígenas, com objetivo de constituir um grupo denominado Grupo Acerca da Discussão Sobre Credito de Carbono - GADSCC, para planejar uma programação especifica para consulta as comunidades indígenas, através de oficinas locais nas comunidades indígenas, sobre projetos ambientais do terri tório do Vale do Javari. É importante ressaltar, que após consulta todas as comunidades o grupo quer promover um Seminário Regional sobre Credito de Carbono, com maior número de lideranças na definição de um projeto etnoambiental e sociocultural, em curto, médio e longo prazo.
A iniciativa partiu dos Marúbo da Comunidade São Sebastião, preocupado com o desmatamento que chega a terra indígena pelo Município de Cruzeiro do Sul do Estado do Acre. E a circulação de compra de terra na fronteira pelos estrangeiros com interesse na exploração de minério, petróleo e tantas outras riquezas naturais da região, que vai prejudicar as populações indígenas e regionais da faixa de fronteira, com poluição do Rio Javari e seus afluentes. Essas informações vêm sendo apresentadas pelas comunidades e associação nos seminários promovidos na região.
No entanto, as instituições ambientalistas não se manifestaram sobre a preocupação dos povos indígenas Marúbo do médio Rio Curuçá, tampouco, não se levou em consideração as experiências de vigilâncias através das suas próprias iniciativas, também são eles os legítimos formalizadores do movimento indígena do Vale do Javari, que resultou na conquista da segunda maior terra indígena do país.
Cada dia que passa o órgão indigenista está perdendo controle dos casos na região. Por final, estão em nova reestruturação, que não atende a realidade do território indígena do Vale do Javari, que não levou em consideração da diversidade étnica e cultural dos povos numa maior terra indígena, situada na faixa de fronteira, com isso, os indígenas se sentem excluídos pelo órgão indigenista.
Os indígenas do Vale do Javari tiveram expectativa de melhoraria da vida das populações indígenas, com formalização do PDPI/MMA. No entanto, os recursos só serviram para técnicos gestores, não beneficiando comunidades, pela qual, as comunidades indígenas do Vale do Javari, ainda continuam sem alternativa viável. Mas, continuam preservando o meio ambiente e vivendo seus modos de vida indígena.
É onde os Marúbo se obrigaram formarem equipes de vigilantes para vigilância de 750 - KM de área invadidas na faixa de fronteira, a pesar dos riscos os indígenas estão presente no Rio Curuçá e Pardo, no centro da terra indígena do vale do javari, são obrigados a fazerem papel do órgão fiscalizador, porque estão cansados de esperar dos órgãos que não fazem nada. E o órgão indigenista, já tem conhecimento das iniciativas, mas, alega que não tem recursos financeiros e humanos para estarem presente na região. Enquanto isso, em outras sub-regiões do Vale do Javari, encontra presença de invasores.
É como estão partindo para uma nova proposta para discutirem projetos futuros, já que os órgãos responsáveis não se comprometem na fiscalização, os Marúbo, querem discutir projeto de Credito de Carbono, que será uma alternativa para os povos indígenas estruturarem suas vigilâncias, adquiri meio de transportes, melhorarem rede de radiocomunicação, escolas, criar centros de referencias, saúde, sustentabilidade e garantir a formação indígena a curto, médio e longo prazo. Mas, para tal querem envolver todas as entidades: FUNAI, SECAD/MEC, SEDUC, SEMED, UFAM, ACT, IDESAM, INPA, IPAM, SEIND, COIAB, MMA, FUNASA e demais órgãos para discutir assuntos de seus interesses.
(CarbonoBrasil, 02/08/2010)