Essa é para os pais e mães que fumam com os filhos por perto: um estudo da Universidade de Hong Kong (China) afirma que as crianças são prejudicadas pelo cigarro não apenas enquanto ainda estão no útero da mãe, como também depois do nascimento, inalando a fumaça do cigarro dos pais.
Os riscos que o fumo representa à saúde respiratória dos fetos já são conhecidos. Filhos de mães fumantes têm maior chance de contrair asma, bronquite e pneumonia, além de outras infecções. Além do pulmão, pesquisas recentes também indicam que pode haver prejuízos no comportamento e na atenção das crianças cujas mães fumavam na gravidez. Mas as pesquisas ainda não são extensas quando se trata não da gravidez, mas depois dela, quando as crianças já nasceram.
Os pesquisadores recrutaram 23.000 jovens entre 11 e 20 anos, todos não-fumantes, e passaram a acompanhar suas rotinas, na escola e com a família. Um terço desse grupo vivia com pelo menos um fumante em casa, e a média de desempenho escolar destes foi inferior aos que eram totalmente livres da fumaça do cigarro.
Entre os jovens que eram expostos em um mínimo de cinco vezes por semana à fumaça do cigarro alheio, 23% afirmaram ter problemas nos estudos. Entre os que não eram expostos com tanta frequência, mas também conviviam com o problema, essa taxa foi de 20%. Já entre aqueles que não tinham familiares fumantes, apenas 17% relataram problemas escolares.
Este estudo, entretanto, tem uma limitação, já que não foi analisado se os estudantes em questão tinham mães fumantes enquanto estavam no útero. Além disso, os pesquisadores não encontraram nenhuma relação direta entre o fumo passivo e o desempenho escolar, e o coordenador da pesquisa, Dr. Sai Ho-Yin, afirma que este é um desafio para futuros levantamentos. De qualquer maneira, como explica o pesquisador, os demais malefícios do fumo passivo, de natureza respiratória, já devem ser suficientes para que pais e mães tentem parar de fumar ao decidirem ter filhos. [Reuters]
(Hypescience, 02/08/2010)