Um comitê das Nações Unidas adicionou à sua lista de patrimônios ameaçados o Parque Nacional Everglades, na Flórida (EUA), e a floresta tropical de Madagáscar.
O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) informou que o desenvolvimento agrícola e urbano na região dos Everglades levou a uma queda de 60% no fluxo de água naquela região pantanosa, importante santuário de vida selvagem. Segundo o comitê, a poluição no parque nacional está tão alta que já está matando a vida marinha.
É a segunda vez que o Everglades, lar de 20 espécies ameaçadas, foi adicionado à lista. Os pântanos foram considerados "em risco" pela primeira entre 1993 e 2007 após serem devastados pelo furacão Andrew.
"Elogiamos o pedido dos EUA para reinscrever o sítio na lista e seus planos para uma grande mudança na infraestrutura a fim de restaurar o frágil ecossistema dos pântanos", disse Mariam Kenza Ali, da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza).
Em um encontro no Brasil, o painel da Unesco informou que o parque Everglades foi incluído na Lista do Patrimônio Mundial em Perigo a pedido do governo dos EUA devido a "uma séria e contínua degradação de seu ecossistema aquático".
As florestas de Madagáscar, por outro lado, sofrem com desmatamento e caça ilegais. O problema aumentou após o golpe militar no país no ano passado.
As florestas de Atsinanana, que ficam dentro de seis parques nacional no leste da ilha, foram incluídos na lista por causa da ameaça às raras espécies que habitam a região, especialmente primatas e lêmures.
"Ao adicionar o local à lista de sítios ameaçados, estamos pedindo uma ação internacional para suspender a atividade madeireira ilegal e para assegurar que nenhuma madeira preciosa de Madagáscar entre nos mercados nacionais", disse Tim Badman, chefe de Patrimônio Mundial da IUCN.
No encontro da Comitê do Patrimônio Mundial houve também sítios retirados da lista. As Ilhas Galápagos foram removidas na quinta-feira. Segundo o comitê, o Equador mostrou progresso na proteção do ecossistema do arquipélago.
(Folha Online, 30/07/2010)