Vindo de Porto Alegre, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Santa Cruz do Sul com 25 minutos de atraso. O helicóptero pousou em uma área ao lado da torre de comando do autódromo às 14h55, onde era aguardado por autoridades locais. Dali a comitiva – três ministros chegaram de avião na cidade e foram de carro até o autódromo – seguiu para o Centro de Formação e Produção de Alimentos e Energia São Francisco de Assis, localizado na RSC–471, a poucos metros do Parque de Eventos.
A primeira parada de Lula foi para conhecer a produção de etanol e biodiesel. Uma das matérias-primas é o óleo de cozinha usado, que é recolhido em toda a região. O projeto, apoiado pela Petrobras e pela Eletrosul, está em seu terceiro ano e prevê a produção de cana-de-açúcar e oleaginosas nas pequenas propriedades. Lula subiu em um trator enquanto o veículo era abastecido com biodiesel recém-produzido. Dali a comitiva foi a pé para a sede da Cooperfumos, distante cerca de 100 metros. O presidente esbanjou bom humor e disposição para lidar com o público.
Tanto antes de subir no palanque quanto após a solenidade Lula fez questão de cumprimentar os pequenos agricultores. Por várias vezes o presidente parou e se abraçou a eleitores que queriam ser fotografados com ele. No palanque Lula brincou com dirigentes do MPA, ministros e os beneficiados com tratores e caminhões comprados por meio do programa Mais Alimentos. Ele fez a entrega das chaves de seis veículos, incluindo o 500º caminhão e o trator de número 30 mil do programa. “Que idade tu tens?”, indagou Lula a um dos jovens, que informou ter 19 anos. “Mas e tu sabe dirigir? Até caminhão?”, surpreendeu-se. O presidente também fez a entrega simbólica de 213 moradias rurais financiadas na região por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. Todos os contratos haviam sido assinados pela manhã.
No discurso de 28 minutos e 36 segundos Lula arrancou gargalhadas do público. Logo no começo ele contou que a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, havia dito que “os pobres daqui (do Sul) são bonitos”. “E é verdade”, comentou ele, acrescentando que “tem uma máxima que todo mundo sabe: comeu, ficou bonito; não comeu, não fica tão bonito”. Comparando o povo do Sul com o do Nordeste ele brincou: “Eu, em se falando de nordestino bonito, sou uma exceção”.
E ao longo do discurso as comparações continuaram para salientar números e feitos do governo. “No Nordeste a gente não vê mais jegue. O jeguinho dos caras agora chama-se moto. É moto e moto. E agora com essa produção de etanol e biodiesel nós vamos encher o tanque das motos e aí vai ter mais fiscalização, muito mais assistência técnica e muito mais produção neste País”, projetou. Antes de ir embora Lula ainda recebeu o convite das soberanas para a abertura da 26ª Oktoberfest, usou o chapéu típico da festa e se aproximou novamente do público. O presidente deixou a cidade em direção a Porto Alegre às 17h39.
Comitiva
A comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva incluiu três ministros – Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) e Márcio Fortes (Cidades) – e os presidentes da Caixa Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, e da Eletrosul, Eurides Luiz Mescolotto. Além disso viajaram com o presidente o ex-ministro Miguel Rosseto, que preside a empresa estatal ligada ao biodiesel, e o ex-governador Olívio Dutra. Durante a solenidade se pronunciaram, pela ordem, a prefeita Kelly Moraes, os ministros, o coordenador do MPA frei Sérgio Goergen e o presidente Lula.
(Gazeta do Sul, 30/07/2010)