Comunidades indígenas de todo o Estado estão sofrendo com o rigor do inverno. Faltam agasalhos, calçados, roupas de cama e alimentos não perecíveis. Para amenizar o drama, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) buscam parceiros para que ofertem donativos aos povos indígenas. Segundo as entidades, há 105 aldeias e acampamentos, em 44 municípios gaúchos, das etnias caingangue, guarani e charrua.
Um desses dramas é vivido hoje pelos charruas Polidoro, no Extremo Sul de Porto Alegre: "Perdemos plantas da horta e animais de criação pelo frio e a chuva. Crianças e velhos sofrem mais pela falta de comida e faltam agasalhos para todos", lamenta a cacique Acuab, líder da comunidade na qual vivem 40 pessoas. Outra dificuldade a que os charruas estão submetidos é a falta de água potável. A principal fonte local - um arroio que cruza a aldeia - estaria contaminada. Segundo a Funasa, o problema deverá estar resolvido nos próximos cem dias, conforme acordo mediado pelo Ministério Público Federal (MPF), determinando que o Dmae e a Corsan irão compartilhar a responsabilidade de estender a rede hidráulica até os charruas Polidoro. Até lá, segundo a Funai, o fornecimento poderá ocorrer através de caminhões-pipa, indicou o MPF. Contatos para encaminhar auxílio aos povos indígenas gaúchos: avenida Borges de Medeiros, 536, 6 e 7 andares, na Capital; telefone da Funai (51) 3224-2689, ou da Funasa, 3215-7028/7029; e polo da Funasa em Passo Fundo (avenida Saldanha Marinho, 518, salas 1 e 2, Centro), telefones (54) 3584-1475/1477.
(Correio do Povo, 30/07/2010)