O tabagismo é a principal causa modificável de morte na população. Um recente estudo demonstrou claramente a contradição entre o reconhecimento do tabagismo como uma causa de dependência, mas o não reconhecimento deste, como uma doença propriamente dita.
Um estudo teve como objetivo determinar características relacionadas ao tabagismo e avaliar o conhecimento sobre a relação entre dependência à nicotina e doenças relacionadas ao hábito de fumar em 186 pacientes internados em um hospital público.
Entre os 186 pacientes, 42 (22,6%) eram fumantes, 64 (34,4%) eram ex-tabagistas e 80 (43%) referiam nunca ter fumado; 136 (73%) referiam exposição passiva ao fumo. O diagnóstico de admissão foi o de doença possivelmente relacionada ao tabaco em 21,5% dos pacientes e em 39% dos fumantes ativos e ex-fumantes.
A proporção de fumantes e ex-fumantes que não conheciam a associação entre o tabagismo e a causa de internação foi similar (56% versus 65%).Apenas 19% dos fumantes e 32% dos ex-fumantes acreditavam que o tabagismo tivesse afetado sua saúde.
A proporção de ex-fumantes e de não fumantes que acreditavam que parar de fumar é uma questão de vontade foi significativamente maior que aquela de fumantes ativos (64% e 53%, respectivamente,
versus 24%).
Embora 96% dos pacientes acreditassem que o tabagismo cause dependência, apenas 60% identificavam o tabagismo como uma doença.Este estudo mostra a contradição entre o reconhecimento do tabagismo como causa de dependência e o reconhecimento do tabagismo como uma doença, além do desconhecimento de que o tabagismo atual e pregresso é um fator de risco para o desenvolvimento e a evolução de doenças.
(Jornal Brasileiro de Pneumologia, Dippe Gestão de Conteúdo, Portal do Coração, 29/07/2010)