Argentina e Uruguai chegaram nesta quarta-feira a um acordo para a monitoração ambiental conjunta do rio Uruguai, que incluirá controles científicos a estabelecimentos agrícolas e industriais e centros urbanos em ambas as margens.
O acordo foi anunciado pelos chanceleres dos dois países, após uma reunião em Buenos Aires entre a presidenta da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, e o do Uruguai, José Mujica.
"Quero manifestar o orgulho e a alegria de ter chegado a este momento, após um trabalho fértil dos dois Governos", disse, em entrevista coletiva, o chanceler argentino, Héctor Timerman.
Os controles serão iniciados na fábrica de celulose da UPM (ex-Botnia), na cidade uruguaia de Fray Bentos, cuja instalação gerou uma das mais sérias controvérsias diplomáticas nas relações entre Argentina e Uruguai.
O Tribunal Internacional de Haia estabeleceu em abril que o Uruguai violou o tratado bilateral de administração compartilhada do rio ao permitir a instalação da papeleira de forma unilateral, mas considerou que não está provado que a planta polua, embora tenha pedido que os dois países façam controles conjuntos.
O acordo anunciado hoje estabelece a formação da Comissão Administradora do Rio Uruguai (CARU) e em um prazo de 30 dias de um comitê científico formado por dois especialistas argentinos e outros dois uruguaios, que farão controles periódicos do rio.
Também farão controles nos estabelecimentos agropecuários, nas plantas industriais e nos assentamentos urbanos localizados nas margens.
Quando forem realizados na margem direita, os controles correrão por conta da Argentina, e se forem na margem esquerda ficarão por conta do Uruguai, segundo o estipulado pelos presidentes, que se reuniram por pouco mais de duas horas na residência presidencial argentina, nos arredores de Buenos Aires.
Para realizar os controles, serão utilizados os critérios da CARU, que prevê entrar 12 vezes ao ano em cada lugar sob monitoração e a elevação de relatórios periódicos aos dois países.
(Efe, 28/07/2010)