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vazamento de petróleo golfo do méxico british petroleum (bp)
2010-07-29 | Tatianaf

Com o vazamento aparentemente sob controle, a quantidade de óleo na superfície do oceano está desaparecendo mais rápido do que o esperado, mas a preocupação com o impacto da tragédia para o ecossistema continua

Mais de cinco milhões de barris de petróleo foram despejados no Golfo do México desde a explosão da plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP, no final de abril, no que é considerada a maior tragédia ambiental da história dos Estados Unidos.

Essa imensa mancha de óleo, que chegou a cobrir milhares de quilômetros quadrados, parece estar desaparecendo mais rápido do que o previsto agora que o vazamento foi finalmente controlado. Equipes de monitoramento que sobrevoam a região diariamente constataram que boa parta da mancha já se foi e o restante está se quebrando rapidamente nas águas quentes do Golfo.

Ambientalistas comemoram esse fato, mas alertam que os impactos do desastre vão muito mais além do que apenas a sujeira visível. “Menos petróleo na superfície não significa que não existe óleo abaixo, mas já é um alívio saber que existe menos chance da poluição chegar às praias. Porém, continuamos muito preocupados com os impactos de curto e longo prazo no ecossistema do Golfo”, afirmou Jane Lubchenco, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).

O efeito do vazamento na vida marinha ainda é um mistério. Dois relatórios preliminares do governo norte-americano encontraram apenas pequenas concentrações de compostos tóxicos no oceano, mas ainda há questões que não estão claras como as conseqüências do declínio do oxigênio na água.

Pesquisadores são unânimes ao dizer que o estudo dos impactos da tragédia levará anos, enquanto as comunidades costeiras levantam dúvidas sobre as futuras temporadas de pesca e prevêem prejuízos.

Processos
Dinheiro também será um problema para a BP. Desde o início do vazamento a empresa perdeu 40% do seu valor de mercado e acumula multas que chegam a US$ 32 bilhões.

Além disso, mais de 250 processos legais foram abertos contra a companhia, formalizados por ONGs, sindicatos de pesca, centros comunitários e pelas famílias dos 11 operários mortos na explosão.

 “Se pudermos provar a negligência ou falha de conduta da BP, o que eu considero que está evidente, vamos buscar a punição máxima para a empresa. No nosso caso, queremos US$ 4,3 mil dólares para cada barril derramado, uma conta que pode chegar aos US$ 20 bilhões”, afirmou o advogado Charlie Tebbutt, que representa o Centro para Diversidade Biológica.

A BP já divulgou o plano de vender US$ 30 bilhões em patrimônio nos próximos 18 meses para cobrir os prejuízos. Entre as propriedades que devem ser colocadas a venda estão o campo de petróleo de Prudhoe Bay no Alasca, ações da Pan American Energy da Argentina, assim como instalações no Vietnã, Paquistão e Venezuela.

O novo presidente da companhia, o norte-americano Bob Dudley, chamou a tragédia de “despertador” para toda a indústria do petróleo. Segundo ele, a BP deve alterar sua postura e colocar a segurança acima de tudo daqui para a frente.

(Por Fabiano Ávila, CarbonoBrasil, 28/07/2010)


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