O engenheiro José Miguel Simão Filho, gestor executivo da Quip S/A, apresentou ontem o projeto da P-63 ao Conselho de Autoridade Portuária (CAP) do porto rio-grandino. Durante o encontro, ele informou que a preparação do canteiro de obras da empresa está em andamento. Deverão ser enviados R$ 30 milhões para a execução desta que é a terceira plataforma a ser construída no porto.
O início da construção, no município, de parte dos dez módulos da P-63 está prevista para dezembro deste ano. Posteriormente, os módulos serão integrados ao casco do navio tanque BW Nisa - que está sendo convertido em casco da P-63 na China, em parceria com o Grupo BW Offshore, e deverá chegar em Rio Grande em outubro de 2011. A conclusão desta plataforma, que se constitui num investimento de 1,3 bilhão de dólares, está prevista para dezembro de 2012.
Simão Filho tranquilizou o CAP sobre possíveis interrupções do tráfego aquaviário. Durante a execução da P-53, o içamento de alguns módulos foi feito com uso de guindastes flutuantes, o que exigia paralisações na movimentação de navios na área do Porto Novo. De acordo com o gestor executivo da Quip, essa interferência não ocorrerá na integração dos módulos da P-63, pois não serão utilizados guindastes flutuantes. Desta vez, para o içamento dos módulos e instalação deles no casco da plataforma, será utilizado um guindaste de grande porte fixo em terra, com capacidade para içar até 3,5 mil toneladas. Este equipamento terá como apoio uma base de concreto de 90 metros de largura por 90 metros de comprimento.
Dos R$ 30 milhões a serem investidos na preparação do canteiro de obras, R$ 23 milhões serão consumidos pela construção desta base de concreto - apropriada somente para guindastes de grande porte. Simão Filho explicou tratar-se de um guindaste de alto custo, que será locado, mas que tem mobilidade para instalar um módulo em qualquer parte da plataforma a partir do solo. Sua lança, na posição vertical, tem altura de 135 metros.
Outro fator ressaltado por ele é que a P-63 ocupará menos espaço no cais do que a P-53, pois tem 26 metros a menos. A P-53 tem 360 metros de comprimento e a nova plataforma terá 334. A entrada do casco da P-63 no porto também não irá interferir no tráfego aquaviário porque, diferente da P-53 - primeira plataforma construída em solo rio-grandino - ela tem motor próprio. A P-53 precisou de vários rebocadores para ser conduzida até o cais do Porto Novo. A P-63 terá capacidade para processar 140 mil barris/dia de petróleo e de armazenar até 1,4 milhão de barris. No pico de sua construção, deverão ser gerados em torno de 2 mil empregos diretos. O contrato para a plataforma P-63 é executado via joint venture, formada pelos grupos Quip e BW Offshore.
(Por Carmen Ziebell, Correio do Povo, 27/07/2010)