Esta manhã, aqueles que em Londres buscaram gasolina para abastecer seus carros, encontraram 50 postos da capital desativados, com os dizeres: “Fechado. Vamos além do petróleo”. O aviso foi afixado por ativistas do Greenpeace em todos os pontos de venda de óleo da BP (British Petroleum), empresa dona da plataforma que explodiu no Golfo do México, causando o maior vazamento de petróleo dos Estados Unidos.
O protesto aconteceu seguido ao anúncio de troca da presidência na empresa, que somente três meses após a explosão que ocasionou a abertura de um buraco no fundo do Golfo do México por onde cerca de 60 mil galões – o equivalente a 10 milhões de litros – de óleo por dia litros por dia de óleo vazaram, foi capaz de conter a enxurrada que contaminou as águas do Golfo e a costa da Louisiana, Mississippi, Alabama e Flórida.
A BP é acusada de negligência nos planos de segurança, despreparo nas medidas de contenção e lentidão para conter o vazamento, além de uma série de trapalhadas no processo, que vão desde testes com equipamentos que fracassam, até fotos adulteradas em seu site.
“É chegado o momento da BP ultrapassar a era do petróleo. Muitas empresas modernas já concluíram que os combustíveis fósseis são o passado e que a energia limpa é o futuro. A era do petróleo está chegando ao fim e empresas como a BP precisam repensar este modelo”, disse John Sauven, Diretor Executivo do Greenpeace na Inglaterra”.
A empresa deve anunciar oficialmente a troca de presidência, substituindo Tony Hayward, conhecido pela sede por óleo em locais de fragilidade ambiental, como o Golfo do México, as areias de betume no Canadá e o Ártico, por Bob Dudley, que já trabalhou em projetos de energia solar e eólica dentro da BP. Hayward deixa a empresa com uma dívida de 17 bilhões de dólares.
“Nós retiramos peças das bombas de petróleo esta manhã para impedir que, até que seja trocadas, os postos possam continuar vendendo a gasolina da BP e dar tempo ao novo presidente para repensar o modelo de exploração”, conclui Sauven.
O Greenpeace exige a interrupção imediata de novos poços em alto-mar e a exploração em locais de risco e o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis, em favor de uma mudança de matriz energética renovável, limpa e segura. O navio Arctic Sunrise aporta em breve na Lousianna para iniciar fase de pesquisas sobre os impactos do vazamento para a fauna e flora local.
(Greenpeace Brasil, 27/07/2010)