Um órgão consultivo da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) pediu nesta terça-feira (27) um esforço para que sejam inscritos mais desertos na lista da instituição, que realiza em Brasília a 34ª reunião de seu Comitê de Patrimônio Mundial.
"Os desertos não são apenas lugares áridos e inóspitos, são lugares únicos e surpreendentemente cheios de vida", declararam representantes da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais), órgão consultivo da Unesco, que assistem à reunião em Brasília.
"Apesar de ocuparem um terço da superfície terrestre", não têm muita "identificação entre os bens naturais" e, por isso, "é necessário um esforço para a apresentação e preservação de mais desertos no Convênio da Unesco", declarou Tilman Jaeger, diretor de gestão do Patrimônio da Humanidade da IUCN.
Entre os poucos desertos que aparecem entre os 890 locais incluídos nas listas de patrimônios universais da Unesco, estão, por exemplo, o Vale das Baleias, no Egito; a Paisagem de Richtersveld, na África do Sul; e a cidade de Petra, no deserto jordaniano.
Segundo Jaeger, "8% da população mundial, cerca de 500 milhões de pessoas, vive em desertos ou a seu redor" e "dependem deles para tirar seu sustento", pois "são fonte de renda por meio do turismo, da agricultura de regadio e do petróleo e do gás".
A IUCN tem a função de avaliar lugares naturais e mistos candidatos à categoria de Patrimônio Mundial e também controla o estado de conservação dos já inscritos.
(Folha Online, 27/07/2010)