A DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), embora seja uma doença pouco conhecida pela população em geral, vitima em média uma pessoa a cada 10 segundos, afetando cerca de 210 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Dados da OMS apontam que cerca de três milhões de pessoas morreram de DPOC em 2005. A estimativa é de que a doença mate mais de 2,75 milhões de pessoas a cada ano.
No Brasil, a doença afeta, aproximadamente, 5,5 milhões de pessoas, segundo o Consenso Brasileiro de DPOC.
Em Dourados, a fisioterapeuta especialista em fisioterapia respiratória, Juliana Loprete Cury, diz que dos atendimentos feitos pelo SUS na clínica da Unigran, a maioria apresenta DPOC. “A cada quatro pacientes encaminhados pelo médico, três apresentam a doença”, afirma a especialista.
Dentre as principais causas da doença pulmonar obstrutiva crônica está o tabagismo, associado a 90% dos casos. A enfermidade, que deve ser a terceira causa de morte no mundo em 2020, diminui a capacidade de respiração do paciente e apresenta tanto características da bronquite crônica, quanto do enfisema pulmonar.
Uma das formas de detectar a doença é o exame de espirometria. Um procedimento feito por médicos pneumologistas e fisioterapeutas respiratórios, também conhecido como exame do sopro.O paciente enche totalmente os pulmões de ar e depois assopra um tubo, conectado ao aparelho, até esvaziar os pulmões. “O exame é simples, dura de 15 a 30 minutos e precisa da colaboração do paciente para ser feito. Ele é fundamental para o diagnóstico do médico, para obter os medicamentos pelo SUS, quando confirmada a doença, e para detectar a evolução do caso”, diz a fisioterapeuta que realiza exames de espirometria pelo SUS em Dourados.
A recomendação é de que o exame seja feito principalmente por fumantes. “Ele pode ser feito depois dos oito anos de idade, quando há algum caso de doença respiratória na família, mas a maioria dos casos de DPOC está associada a pessoas com mais de 45 anos. Fumantes correm o maior risco e devem fazer o exame, pelo menos, uma vez por ano”, alerta Juliana Cury.
A doença é silenciosa e não apresenta sintomas no início, mas se desenvolve de maneira progressiva. “A pessoa acaba procurando o médico quando os sintomas já estão mais intensos. As lesões não são mais recuperadas, mas é possível melhorar a vida do paciente com o tratamento. Com a fisioterapia conseguimos aumentar o condicionamento físico, melhorando o dia-a-dia de quem sofre com a DPOC”, coloca a especialista. Pacientes com asma, bronquite, enfisema, fibrose cística e fibrose pulmonar devem fazer espiromatria periodicamente. O exame, nesses casos, avalia o efeito do tratamento médico sobre a doença.
DPOC
A DPOC é uma doença crônica dos pulmões que diminui a capacidade para respiração. Ela provoca inflamação dos brônquios com produção exagerada de muco e destruição da parede de alvéolos (unidade respiratória), gerando a sensação de falta de ar.
Os sintomas mais comuns são tosse, aumento de expectoração, falta de ar e chiados no peito. Os fatores de risco mais importantes são o consumo de tabaco, a exposição permanente ou prolongada a ambientes poluídos (com pó e fumo) ou a produtos químicos.
A doença pode ser considerada leve, moderada ou grave de acordo com a intensidade dos sintomas. O tratamento é feito com medicamentos e reabilitação pulmonar por meio de orientações e exercícios. O uso de oxigênio também pode ser necessário em alguns casos.
ANO DO PULMÃO
Sociedades médicas internacionais se organizaram para fazer de 2010 o “ano do pulmão”. O objetivo é difundir informações sobre prevenção e cuidados com a saúde respiratória.
Uma das principais bandeiras levantadas pela SBTP (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia), para a campanha no Brasil, é o combate ao tabagismo e o alerta sobre a importância de se procurar um pneumologista em caso de qualquer suspeita de distúrbios respiratórios.
(Fatima News, 27/07/2010)