Menina dos olhos do presidente Lula, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi duramente criticado ontem por coordenadores de campanha dos candidatos à Presidência Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB), em debate sobre saneamento básico em São Paulo. Para o ex-secretário do Meio Ambiente de São Paulo Xico Graziano, um dos coordenadores da campanha de Serra, o PAC não saiu do papel. João Paulo Capobianco, do comando da campanha de Marina, disse que o programa só se interessa em viabilizar obras.
"O PAC traduz bem a forma de governar: esse governo quer transformar tudo em obra. O que interessa é viabilizar as obras, independente da integração das três esferas: a União, os Estados e os municípios", criticou Capobianco. "O PAC do saneamento é mais ou menos como todo o PAC. É bonito no papel, mas não sai do papel", disse Graziano.
Para o tucano, a candidata do PT, Dilma Rousseff, chamada por Lula de "mãe do PAC", não tem sensibilidade ambiental. "A sensibilidade ambiental do PT é próxima de zero. É lamentável. E a Dilma representa a insensibilidade em relação ao meio ambiente."
Último a falar durante debate promovido ontem pelo Instituto Trata Brasil com os coordenadores das três principais candidaturas a presidente, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), da campanha de Dilma, criticou o "quadro caótico" descrito pelos adversários. Ele reconheceu, no entanto, a necessidade de entrosamento entre os governos federal, estaduais e municipais para o sucesso de obras do PAC.
(Correio do Povo, 27/07/2010)