A China afirmou nesta segunda-feira (26) ter conseguido controlar a maré negra que atingia há dez dias seu litoral nordeste, perto do grande porto de Dalian. O anúncio foi feito por Chen Aiping, um dos chefes da Administração de Segurança Marítima, em um comunicado publicado no site desse órgão governamental.
A contaminação aconteceu pouco depois da explosão de dois oleodutos na zona portuária de Dalian, provocando um incêndio que durou vários dias. Foram derramadas 1.500 toneladas de petróleo no mar Amarelo. As autoridades indicaram que a contaminação abrangia 435 km2, apesar de alguns meios de comunicação chineses falarem de 946 km2.
No domingo, um total de 41 barcos "limpadores de petróleo" e 1.200 embarcações de pesca foram mobilizados para operações visando a impedir que a mancha se estendesse para norte. Um contingente de 2.000 soldados do Exército de Libertação Popular (ELP) também foram acrescentados à equipe.
Controverso
"Após 160 horas de trabalho intenso, foi possível eliminar o vazamento de petróleo no mar", assegurou o vice-prefeiro de Dalian, Dai Yulin.O próximo passo, segundo Dai, será estabelecer navios de vigilância marítima para "consolidar" os trabalhos de limpeza e "remediar os efeitos da mancha no litoral".
No entanto, o jornal local "Dalian Daily" publicou hoje que, apesar do fim das tarefas de limpeza nas praias afetadas pela maré negra, parte da mancha continuava no mar. Funcionários do governo de Dalian disseram desconhecer se os trabalhos de limpeza tinham sido finalizados.
No dia 16 de julho, o uso inadequado de um catalisador para acelerar a entrada do petróleo nos oleodutos próximos a Dalian, propriedade da Petrochina, filial da estatal China National Petroleum Corporation (CNPC), gerou uma explosão que provocou a maré negra.
O porto de Xingang, cenário do incêndio, retomou na sexta-feira passada parcialmente a descarga de petróleo. Dalian é a cidade portuária mais importante do nordeste da China, com mais de 6 milhões de habitantes, e conta com o segundo maior porto de mercadorias do gigante asiático.
(Folha Online, 26/07/2010)