O aquecimento global contribui para o aumento do número de camponeses mexicanos que migram para os Estados Unidos, afirma um novo estudo.
Para cada 10% de perdas nas safras do país em razão da mudança climática, 2% a mais de habitantes tentarão a vida no exterior, a maioria tentando cruzar a fronteira ao norte.
Os dados constam do estudo liderado por Michael Oppenheimer, da Universidade de Princeton, que sai na edição desta terça-feira da revista "PNAS", da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
Para chegar à conclusão, o cientista analisou dados de censos realizados entre 1995 e 2005 no México e os comparou a estatísticas sobre produção de lavouras e sobre oscilações climáticas.
O estudo projeta que por volta do ano 2080 entre 1,4 milhão e 6,7 milhões de mexicanos adultos terão emigrado como resultado da redução na produtividade da agricultura do país.
"Apesar de nossos resultados não poderem ser extrapolados mecanicamente para outras áreas e intervalos de tempo, nossas descobertas são importantes na perspectiva global", escrevem Oppenheimer e colegas. "Muitas regiões, especialmente os países em desenvolvimento, correm o risco de experimentar declínios significativos em suas safras como resultado do aquecimento global."
(Associated Press, Folha.com, 26/07/2010)