O governo de José Mujica ratificou hoje o compromisso de "fortalecer a luta antitabaco" após o ex-presidente Tabaré Vázquez (2005-2010) ter feito críticas à atual gestão, que poderia flexibilizar as regulações aplicadas por sua administração.
O governo atual é uma "continuidade do anterior", e por isso tem "um compromisso ético de fortalecer" as medidas dispostas durante a gestão de Vázquez, médico oncologista que, em seu governo, adotou medidas duras contra o consumo de tabaco.
"Vamos continuar com a política que começou em 1º de março de 2006 que apontava para um país livre da fumaça do tabaco", disse o ministro de Saúde, Daniel Olesker, em coletiva de imprensa concedida com o chanceler Luis Almagro, ao fim de uma reunião semanal de gabinete.
No fim de semana, Vázquez manifestou seu "rechaço total" à decisão da pasta da Saúde de reduzir o tamanho dos cartazes de advertência nas caixas de cigarros, ao mesmo tempo em que se analisa a possibilidade de voltar a permitir o uso do termo light na embalagem, mesmo que seja esclarecido que o produto não oferece menos risco à saúde.
O ex-presidente, que compõe a Frente Ampla com Mujica, considerou a resolução "um passo atrás e uma mostra de debilidade na luta contra esta pandemia mundial que é o tabagismo", e responsabilizou a multinacional Philip Morris, que iniciou atividades no país, de exercer uma "pressão chantagista".
Olesker e Almagro esclareceram hoje que não foi tomada nenhuma medida concreta e que as mudanças serão analisadas pelo atual presidente, e afirmaram que o mal-estar com Vázquez "não foi analisado" na reunião entre ambos. (ANSA)
(Ansa, 26/07/2010)