A separação do lixo orgânico e reciclável nas casas de cada gaúcho é o primeiro passo para um tratamento e destinação adequada do lixo. Iniciada em 1990, em Porto Alegre, a coleta seletiva atende a todos os bairros da Capital. No entanto, de acordo com o diretor do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, Mário Moncks, das 1,4 mil toneladas produzidas por dia, apenas 100 toneladas são recolhidas pelos caminhões da coleta seletiva. Esse é o volume que chega aos galpões e às cooperativas de triagem para reciclagem. "É preciso que as pessoas se conscientizem da importância da separação e devido acondicionamento do lixo já na hora do descarte em casa", enfatizou o ex-secretário municipal do Meio Ambiente e vereador Beto Moesch.

Segundo ele, desde 1990, o Código Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre exige a separação do lixo domiciliar. "O simples ato de separar reduziria o volume de resíduos levados à Estação de Transbordo da Lomba do Pinheiro, local para onde vai todo o lixo da cidade para triagem e os resíduos e de lá para Minas do Leão", explica Moesch. A consciência ambiental do tratamento adequado do lixo, segundo ele, facilitará também que a "logística reversa" funcione.

Outra questão que o vereador chama a atenção são os resíduos da construção civil. O setor produz 2 mil toneladas de lixo por dia. O coordenador da área do Meio Ambiente da Famurs, Valtemir Bruno Goldmeir, afirma que esse problema ocorre em todos os municípios gaúchos e está agravado agora devido ao reaquecimento da construção civil. "Existem banhados sendo aterrados com resíduos da construção civil em todo o Estado", denuncia. Para ele, é preciso criar locais específicos para esse fim, além do cadastramento dos caçambeiros.

"Em Novo Hamburgo, por exemplo, estamos trabalhando para licenciar uma pedreira desativada para destinação somente dos descartes da construção civil", cita Valtemir Goldmeir.

A falta de autoclaves para o tratamento adequado do lixo hospitalar é outro grave problema ainda sem solução, de acordo com a Famurs. "O único setor que resolveu o problema da destinação final do lixo é o industrial devido à fiscalização rigorosa da Fepam e dos ISOs de qualidade exigidos pelo mercado", analisa Goldmeir.

Para o coordenador da área de Meio Ambiente da Famurs, a Política Nacional, aprovada pelo Congresso, encaminha o problema dos resíduos sólidos de forma completa. "A ênfase está na coleta regular e na destinação dos rejeitos de forma adequada."

(Correio do Povo, 25/07/2010)