O monitoramento da exploração madeireira em florestas públicas foi formalizado neste mês com a assinatura do acordo de cooperação técnica entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), e o Serviço Florestal Brasileiro, ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). O principal objetivo da parceria é permitir o controle e acompanhamento da extração de madeira nas áreas de concessão florestal.
Para a detecção da exploração seletiva de madeira, o INPE já vinha desenvolvendo o DETEX, um novo sistema para análise e monitoramento da cobertura florestal baseado em imagens de satélites.
O sistema do INPE será utilizado para verificar se a exploração florestal, sob contrato de concessão, está ocorrendo no local, na intensidade e nos períodos estabelecidos no Plano de Manejo Sustentável orientado pelo Serviço Florestal. Também será utilizado para detectar atividades madeireiras ilegais.
Para o DETEX entrar em operação, está sendo realizado um inventário completo das florestas públicas, com base nos dados de desmatamento dos anos de 2005 e 2006. O INPE já concluiu o mapeamento da Floresta Nacional (Flona) do Jamari, em Rondônia, a primeira concessão do país, onde as atividades produtivas devem iniciar ainda neste ano. O mapeamento da Flona Saracá-Taquera, no Pará, também está pronto e as próximas a serem concluídas são as flonas Amana e Crepori, no mesmo Estado.
Segundo o Serviço Florestal, o monitoramento por satélite das áreas de concessão vai gerar informações mais detalhadas que as utilizadas atualmente, pois será possível acompanhar espacialmente as atividades dos concessionários. Com essas informações em mãos, o Serviço Florestal conseguirá identificar onde estão os pátios de estocagem e onde foram abertas as estradas para escoamento da produção dentro da unidade de manejo, bem como alguma eventual exploração fora da área designada.
Capacitação
O INPE também começou a capacitar técnicos do Serviço Florestal que trabalham com sensoriamento remoto no processamento digital das imagens para realçar as feições características da exploração seletiva. O acordo prevê ainda capacitações em sistemas de informações geográficas e gerenciamento de banco de dados espaciais, o que ajudará o Serviço Florestal a ter equipes capazes de aprimorar o monitoramento das florestas públicas brasileiras.
(INPE/EcoAgência, 24/07/2010)