Índios de 11 etnias liderados pelos cintas largas e araras invadiram na manhã deste domingo a usina hidrelétrica de Dardanelos, no município de Aripuanã, a 976 km ao Noroeste de Cuiabá. Eles chegaram armados, pintados para guerra e fizeram reféns 100 funcionários que trabalham nas obras de construção da hidrelétrica.
Os trabalhadores, que não resistiram à invasão, foram levados para um alojamento e permanecem isolados. " Temos um processo de compensação em andamento com eles em oito usinas no valor de R$ 6 milhões. Agora, querem uma nova negociação "
- Eles não serão liberados enquanto a Funai, Ministério Público Federal, Ibama e Sema não vierem aqui negociar - disse Aldeci Arara, um dos líderes do movimento.
Os índios pedem maior compensação financeira pelo prejuízo causado na tribo pela construção de oito usinas hidrelétricas na bacia do Rio Juruena, no oeste do estado.
O empreendimento está fora da reserva, mas os índios dizem que o local onde a usina está sendo erguida era usado pelos antepassados e tem valor histórico. Além disso, temem prejuízos econômicos, diminuição do peixe e da qualidade da água quando a usina começar a funcionar.
Eles também querem uma indenização permanente pela instalação das oito usinas, das quais 6 já estão em construção.
- Temos um processo de compensação em andamento com eles em oito usinas no valor de R$ 6 milhões. Agora, querem uma nova negociação - diz Frederico Muller, diretor de Gestão Ambiental do Grupo Juruena, responsável pela construção das usinas.
Diante da situação, a Fundação Nacional do Índio (Funai) propôs realizar um novo estudo para reavaliar o valor da compensação financeira.
- O estudo só pode ser iniciado e finalizado no segundo semestre - disse o representante da Funai, Jaime Siqueira, durante o encontro.
Diferente da Funai, os indígenas preferem que o aumento na compensação financeira antes mesmo que seja feito um novo estudo de impacto ambiental. Segundo os indígenas, o Rio Juruena ficou sujo e sem peixes após o início das obras.
- Para nós, está ruim - afirma o líder indígena Xiwiro Enawene Nawe.
(Globo News TV, 25/07/2010)