Pesquisadores americanos publicaram uma prévia do relatório anual do periódico Tabacco Control sobre males causados pelo tabaco. O fumo passivo é responsável por milhares de casos de mortes por doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer em todo o mundo.
Em muitos países, como é o caso do Brasil, com uma legislação que começou a vigorar no início de agosto de 2009, no Estado de São Paulo, leis proíbem fumos em locais fechados. Entretanto, a maioria das pessoas ainda não atentou ao problema dos que optam por fumar dentro do carro.
Os carros são ambientes muitas vezes compartilhados por várias pessoas para se ir ao trabalho ou para a faculdade, por exemplo. Essas caronas, com uma média estipulada de 30 minutos, foram estudadas por um time de pesquisadores da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, EUA.
Carona perigosa
Os participantes foram colocados em locais definidos pelos pesquisadores para fazer medições do fumo passivo: ao lado do motorista e no banco do passageiro logo atrás da direção. Ambos tinham problemas, mas o fundo do carro se mostrou um local especialmente perigoso para os caroneiros: é onde parte da fumaça, mesmo com janelas abertas, se aloja antes de se dissipar.
A concentração de nicotina encontrada no carro de fumantes foi definida como “extremamente alta”. O tamanho dos veículos e o hábito de manter as janelas abertas influíram nos resultados, mas não foi suficiente para eliminar os riscos do fumo passivo.
Comparado com medições em ambientes públicos compartilhados (bares e restaurantes), os índices eram entre 40% e 50% maiores, diz a pesquisa, sendo que para cada cigarro fumado dentro do veículo os níveis de nicotina praticamente dobravam no ambiente.
O problema ganha contornos alarmantes quando se observa o fato de que vários pais têm o hábito de fumar no carro enquanto levam seus filhos para a escola, apontam os pesquisadores.
(O que eu Tenho, 24/07/2010)