A supressão de 54% da vegetação do Bioma Pampa divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) colocou em alerta os defensores da região. O Movimento Transfronteiriço, que reúne 21 entidades preservacionistas do Brasil, Argentina e Uruguai, cobrou medidas do governo estadual para impedir a degradação das áreas. O presidente da Comissão Binacional integrante do movimento, Juraci Luques Jacques, destaca que o grupo, há meses, pediu a implantação de um Comitê do Bioma Pampa, dentro do programa Biodiversidade RS na Fronteira-Oeste.
Jacques exemplifica que a mata ciliar do rio Uruguai foi degradada pelo uso indevido para plantio de arroz nas várzeas. Segundo ele, apenas ontem o governo informou que a Secretaria do Meio Ambiente deve responder à solicitação até 30 de julho. O secretário de Meio Ambiente, Giancarlo Tusi Pinto, disse que este mês deve ser publicado decreto instituindo o comitê gestor do programa, que irá definir a aplicação de recursos. Santana da Boa Vista já tem um comitê, e outros três serão anunciados em julho.
Para o presidente da Força Verde, Lélio Falcão, o Bioma Pampa necessita de uma legislação específica. Ele avalia que o reconhecimento do bioma é imprescindível ao desenvolvimento sustentável. O estudo do MMA sobre o Pampa foi abordado ontem por ambientalistas, urbanistas e engenheiros no Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional, em Porto Alegre. O debate deve prosseguir, em novembro, na 4 Conferência Internacional do Pampa, em Santana do Livramento.
(Correio do Povo, 24/07/2010)