A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) afirmou que se as negociações climáticas não avançarem seria possível estender por mais dois anos os limites contidos no tratado, válido até dezembro de 2012
Um plano de contingência foi apresentado pela UNFCCC nesta semana detalhando quais são as opções caso os países não consigam chegar a um acordo climático que substitua o Protocolo de Quioto a partir de 2013.
As sugestões incluem alterar o compromisso para que todos os países automaticamente assinem o novo acordo assim que Quioto termine ou estender o período existente em mais dois anos.
A prolongação das metas seria importante para evitar uma lacuna no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), o segundo maior mercado de carbono do mundo.
O Protocolo de Quioto, ratificado em 1999, é o único acordo internacional com força de lei para policiar reduções de emissões. Sob as atuais regras, 75% dos países envolvidos devem concordar com novas metas até 3 de outubro de 2012. Entretanto o tempo está passando rápido e as nações parecem indecisas.
“Um período de lacuna no Protocolo de Quioto colocaria a demanda e oferta de créditos de carbono no limbo. Esse tipo de incerteza cria um ambiente desfavorável para investimentos em redução de emissões”, declarou a Bloomberg David Lunsfold, da Associação Internacional de Comércio de Emissões
Mais Engajamento
Para evitar que o planeta fique sem nenhum tipo de acordo climático a partir de 2013, a nova presidente da UNFCCC Christiana Figueres pediu nesta quinta-feira (22) mais compromisso por parte dos governos para que seja possível avançar nas negociações.
“Os líderes mundiais devem estar preparados para capturar os poderosos ventos de transformação que a humanidade deseja liberar. Em Cancun, os governos podem implementar o que a sociedade tanto quer”, afirmou Christiana.
Para a costa-riquenha é hora dos países industrializados aumentarem suas metas para manter o aquecimento global em menos de 2°C até o fim do século.
Porém ela se diz otimista com relação às futures negociações. “Os governos parecem estar no caminho para concordar em um conjunto de medidas que permitirão que as nações em desenvolvimento adotem ações concretas para o clima.”
“Isto inclui adaptações às mudanças climáticas, limitar o crescimento de emissões, acesso a financiamentos adequados e transferência de tecnologia”, completou Christiana, que substituiu o holandês Yvo de Boer como presidente da UNFCCC no dia 8 de julho.
A próxima rodada de negociações climáticas será realizada entre 2 e 6 de agosto em Bonn, na Alemanha.
(Por Fabiano Ávila, CarbonoBrasil, Envolverde, 23/07/2010)