O prefeito de Canela, Constantino Orsolin, decretou situação de emergência no município. De acordo com a Defesa Civil, 408 casas foram danificadas e 81 destruídas pelo tornado que atingiu sete bairros: Santa Terezinha, São José, Vila Dante, Vila Maggi, Quinta da Serra, Vila do Cedro e Leodoro Azevedo. "Seguramente, mais de 250 árvores foram arrancadas com raiz do solo. Porém, o que não foi destruído pelo tornado estragou por causa da chuva intensa. Durante toda a noite, a chuva não deu trégua e molhou o que tinha sobrado das residências destelhadas", disse.

Apesar do decreto, o prefeito anuncia que o setor turístico não foi afetado pelo fenômeno. "Tivemos problemas nos bairros, mas a estrutura turística não foi prejudicada. Nenhum hotel ou pousada foi atingido na cidade. Os parques estão funcionando normalmente. O turista pode ajudar Canela simplesmente visitando a cidade porque a base da nossa economia é o turismo", disse.

Para ajudar as pessoas atingidas pelo temporal, a prefeitura instalou um ponto de coleta de doações no CTG Querência. O cenário na região da Serra gaúcha é desolador. Os moradores de Canela e de Gramado ainda contabilizam os prejuízos do tornado que deixou um rastro de destruição nas duas cidades. Em poucos segundos, ventos que podem ter chegado aos 200 quilômetros por hora derrubaram casas inteiras, arrancaram árvores centenárias, quebraram postes ao meio e destelharam centenas de outras residências, além de fábricas e escolas. Em Canela, de todos os sete bairros atingidos, o mais castigado seria o Santa Terezinha.

Gramado também registrou inúmeros prejuízos no bairro Carniel, que se localiza na divisa das duas cidades. Na tentativa de consertar os estragos, equipes da prefeitura, dos Bombeiros, da RGE, da Brigada Militar e da Defesa Civil, além de voluntários e amigos das vítimas, trabalham ininterruptamente.

Segundo o prefeito, foram feitos 11 atendimentos no Hospital de Caridade de Canela. "Tivemos pessoas com ferimentos leves e outras que precisaram de socorro em função da tensão psicológica. Em toda a minha vida, nunca tinha visto nada igual. Ninguém está preparado para um tornado. Fica o sentimento de impotência, mas a solidariedade dos cidadãos e a rápida ação da Defesa Civil do Rio Grande do Sul são motivos de orgulho", elogiou.

(Correio do Povo, 23/07/2010)