Nos dias 7 e 8 deste mês de julho, o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Vegetal de Semente (Senave) aprendeu 5.790 kg de glifosato, da marca comercial Roundup. A autuação aconteceu na Estância Principado S.A, no Paraguai. O produto, além de vulnerar a saúde de quem o manipula também prejudica os que têm o mínimo contato com o pesticida.
Durante a inspeção, a equipe constatou a existência de 22 tipos diferentes de produtos químicos de uso agrícola registrados e de 386 caixas, de 15 kg cada, do pesticida da Roundup. A pesar de ter sua comercialização liberada dentro do país, o produto de origem argentina não possuía as etiquetas correspondentes ao registro do Senave e de Livre Venda.
Além disso, a Estancia Principado S.A não possuía o registro de habilitação de depósito de praguicidas, o registro do Assessor Técnico junto ao Senave com o contrato respectivo e o receituário agronômico para os produtos da lista vermelha [produtos considerados perigosos, pois contêm substâncias nocivas para o meio ambiente e ser humano].
Uma revisão realizada há dez anos concluía que os produtos herbicidas da Roundup não colocavam a saúde humana em risco. Contudo, as informações foram contraditas em estudo recente que mostrou que as formulações e produtos metabólicos de Roundup causam a morte de embriões, placentas e células umbilicais in vitro, mesmo em baixas concentrações.
No Paraguai, há um ano, na reserva Ypeti Tajy, distrito de Aba’í, a morte de seis indígenas por conta de intoxicação com produtos químicos chamou atenção para o perigo dessas substâncias utilizadas em plantações transgênicas. Atualmente, muitas comunidades indígenas estão cercadas por plantações transgênicas, provocando assim a exposição de adultos, idosos e crianças aos agrotóxicos.
De acordo com o Relatório Global dos Impactos na Saúde pelo Uso de Praguicidas na Agricultura, da PAN Internacional, comunidades rurais de todo o mundo manipulam diariamente praguicidas perigosos em condições inseguras.
Para evitar mortes e prejuízos à saúde, a organização apoia a proibição progressiva dos pesticidas altamente perigosos, aliada a um maior investimento em infraestrutura rural e estratégias de capacitação para reduzir o uso de praguicidas perigosos, os riscos e a dependência.
(Por Natasha Pitts, Adital, 21/07/2010)